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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ENTREVISTA 31 - Entrevista com Alexandr Fier, Campeão Brasileiro

"Eu jogo xadrez, a vida é só um hobbie..."
Por: Felipe Betschart
Fevereiro/2006

É possível diferenciar um grande campeão dos outros jogadores pela maneira dele conversar, pelas suas idéias. E é justamente isso que Alexandr Fier, o atual campeão brasileiro de xadrez, mostra nesta entrevista (por email) concedida ao site "Xadrez em Atibaia". Como todos os enxadristas brasileiros, ele se diz prejudicado pela falta de apoio, mas não mostra desânimo frente a essa adversidade, afinal, ele joga xadrez e a vida é só um hobbie...




1 – Onde nasceu e em qual ano?
Nasci em Joinville, em 1988.

2 – Você mora em qual cidade? Você gosta dela?
Atualmente moro em Curitiba, e gosto muito de lá. Acho uma cidade muito bonita e Tranqüila.

3 – Quando começou a jogar xadrez?
Comecei a jogar de 3 pra 4 anos. Eu via meus pais jogando por brincadeira e fiquei curioso. Eles me ensinaram e gostei, depois disso não parei mais.

4 – Você se interessa por outro jogo além do xadrez?
Já tentei de tudo: futebol, basquete, judô, handebol, atletismo, mas sempre desisti depois de Pouco tempo, pois viajava e faltava muito, além de ter sérios problemas com rotina.

5 – Pratica algum esporte (tipo futebol, tênis, basquete)?
Bom, no momento não faço nada, só futebol quando o pessoal resolve se reunir, mais por diversão mesmo.

6 – Você joga xadrez pela Internet (ICC, FICS, etc.)? Se sim, você poderia nos dizer seu nick (handle)?
Jogo só no icc, com o nick Fier (não muito criativo).

7 – Na Internet se costuma jogar blitz e bullet (ou seja, partidas rápidas). Na sua opinião, o xadrez virtual ajuda a desenvolver o jogo ou é apenas passatempo?
Eu acredito que é uma das coisas que mais me ajudou a evoluir no xadrez. Durante uma partida, mesmo sendo de blitz na internet eu atinjo um nível de concentração que jamais alcançaria durante os estudos. Além de ser importante também para estudar aberturas e procurar as falhas no próprio jogo.

8 – Para chegar onde chegou você precisou estudar muito xadrez? Como foi seu estudo e seu treinamento?
É realmente necessário muito estudo. Mas só estudar não adianta, o ideal é achar um equilíbrio entre a teoria e a prática. Eu, por exemplo, joguei mais de 200 partidas de torneio no ano passado.

9 – Você leu muitos livros de xadrez? Pode citar alguns deles?
Li poucos, mas gostei bastante dos que li. Vou citar os que eu lembrar aqui:

Estratégia moderna de xadrez
Livro de problemas do Polgár
Finales artísticos
Zurich 53

São todos livros muitos bons que certamente impulsionaram meu xadrez e me ajudaram a ficar fascinado pelas 64 casas.

10 – Quais são suas aberturas e defesas prediletas?
Gambito do Rei e Alekhine são minhas aberturas de estimação, pois jogo cada uma há mais de 10 anos, então deu tempo de me identificar com cada uma.

11 – Infelizmente, o xadrez no Brasil não está tão bem quanto queríamos... Na sua opinião, qual é o maior problema do xadrez brasileiro?
O maior problema certamente é o apoio. Quando comparado com outros esportes chega a ser patético. Jogadores de futebol, vôlei, e outros esportes têm muito mais facilidade para conseguir patrocínio, enquanto eu sofro, às vezes, para conseguir dinheiro para uma passagem de 100 reais. Acho que não tem comparação.
12 – Você acompanhou os jogos do Vescovi no torneio Corus, realizado na Holanda? Se sim, o que achou?
Acompanhei pouco, pois estava e estou viajando, portanto com pouco acesso à internet. Mas pelo que vi, ele teve um começo bom ganhando uma partida muito interessante do Jobava e se manteve bem até a quinta ou sexta rodada. Depois acho que não manteve a performance inicial. É uma pena, estava torcendo por ele, assim como todo brasileiro, creio eu.

13 – Para você, qual o melhor jogador brasileiro atual? E o melhor jogador brasileiro de todos os tempos?
Acho que no momento Vescovi e Milos estão em melhor forma, ambos jogam e conhecem muito xadrez. O maior de todos os tempos acho que foi Mecking, quando estava em seu auge.

14 – Quem foi o maior jogador de todos os tempos, na sua opinião?
Tal foi o melhor. Ele mostrou a magia existente no xadrez, que existe algo mais além de variantes e variantes.

15 – Você pretende conquistar quantos títulos mais? Você pensa em se profissionalizar no xadrez? Pretende alcançar quantos pontos ELO?
Pretendo conquistar tudo o que puder. Não consigo me ver fazendo outra coisa a não ser jogar xadrez. Acho que se um dia eu for um professor de matemática, ou um vendedor, é porque alguma coisa deu errado. Eu jogo xadrez, a vida é só um hobbie... Quanto ao rating digo o mesmo. Acho que são poucos os que dizem que querem chegar até certo ponto e depois se dão por satisfeitos.

16 – Como você vê a aposentadoria de Kasparov e seu início na carreira política?
Ele escolheu um outro rumo e acho que é compreensível. Porém fico triste quando qualquer pessoa pára de jogar...

17 – Num match entre Kasparov e Topalov, em quem você apostaria?
No momento Topalov se encontra na melhor forma, mas mesmo assim é difícil, pois num match existe toda uma preparação, toda uma equipe e nessas duas coisas acho que Kasparov é melhor. Acho que o resultado é imprevisível, mas o que é certo é que seria um grande espetáculo.

18 – Conte-nos uma cena que marcou sua vida enxadrística.
Uma cena que me marcou muito foi quando eu estava num palco, recebendo o troféu de vice no mundial e vi a felicidade do pessoal do Brasil que estava lá comigo. Foi lá que vi o quanto o esforço é gratificante.

19 – Você freqüenta ou freqüentou algum clube de xadrez?
Vou esporadicamente ao Clube de Xadrez de Curitiba, mas só para jogar blitz e me divertir com os amigos.

20 – Você teve professor de xadrez ou fez seus estudos sozinho?
Quanto aos professores, já tive vários: primeiramente meus pais que me ensinaram o básico. Depois, Wilson da Silva e Augusto Tirado, que me treinaram no Clube Erbo Stenzel (Curitiba), e na Academia Espaço X, respectivamente. Logo após tive aula com o Everaldo Matsuura e, quando me mudei para Santa Catarina, com o Renan Levy. Em 2001 voltei para Curitiba e de lá para cá treinei sozinho.

21 – Dê um recado para seus fãs e todos aqueles que admiram sua carreira enxadrística!
Espero que consiga dar motivos de alegria para todos os que torcem por mim. E que me vejam mais como um amigo do que como um ídolo.

REFERÊNCIA:
http://www.clubedexadrez.com.br/portal/xadrezematibaia/fier.htm


PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).