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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

ENTREVISTA 36 - José Alberto Ferreira dos Santos




Entrevista: José Alberto Ferreira dos Santos

No dia 20 de janeiro, José Alberto Ferreira dos Santos atual vice-presidente da Federação Paulista de Xadrez, esteve em Nova Odessa e concedeu a seguinte entrevista ao Xadrez Regional:

Quando foi seu primeiro contato com o xadrez?

Meu primeiro contato com xadrez foi na época de Bobby Fischer/Spasky. Eu aprendi a jogar xadrez nesse boom de markenting internacional que os EUA fez em cima de Fischer. Eu tinha um vizinho que veio de Porto Alegre, colega de infância, nós tinhámos 12 a 13 anos de idade e ele sabia jogar xadrez. E ele me ensinou, eu aprendi a jogar xadrez na rua, sentado em cima daqueles cavaletes de água que as casas tinham antigamente, a gente colocava um tabuleiro ali no meio e aprendi a jogar ali. Outro dia estava arrumando minhas coisas lá em casa e achei meu primeiro jogo de xadrez, hoje ele deve ter uns 35 anos.
Primeiro contato com a Federação Paulista de Xadrez?

Desde garoto até a faculdade eu sempre gostei de jogar, disputei em São Paulo os Jogos da Primavera organizado pelo Clube Ipiranga, mas um xadrez totalmente amador. Quando eu mudei para Americana, em 1991. Em primeiro de maio de 1992 estava lendo o jornal e uma notícia me chamou a atenção: um garoto precisava de apoio (patrocínio), era o Rodrigo Fernandez. Eu comentei com minha esposa sobre a possibilidade de apoiá-lo através de nossa empresa. Então eu liguei, foi meu primeiro contato com o xadrez de competição. Em 1992 eu não tinha idéia do que era Mestre Internacional, Grande Mestre, o que era Federação, o que era FIDE. Para mim xadrez era montar o tabuleiro e jogar, era o que fazia. Através deste contato, gostei, e o Rodrigo é uma pessoa muito boa, um garoto esforçado e estava indo bem. Alías, quando eu o procurei ele estava em Manaus disputando o Campeonato Brasileiro, como não o encontrei deixei recado em sua casa, na segunda-feira o pai dele me ligou, conversamos e passei a apoiá-lo.

Quando organizou o primeiro torneio?

Em junho de 1992, organizei o primeiro Aberto em Americana. Naquela época já com premiação equivalente a R$ 2.000,00. Jogaram entre 80 a 90 enxadristas entre eles Herman e Cristian Toth que acabara de conquistar o título de MI. Conhencendo as pessoas envolvidas com o xadrez conclui que rodrigo precisava de uma ajuda e contratei o Cristian como professor dele. Ele passou 120 dias em Americana ensinando o Rodrigo, diariamente. Assim eu passei a entender um pouco mais como era o xadrez e a sua organização. E como tenho três filhas, ofereci a elas, na época tinham 12, 10 e 8 anos, a oportunidade de jogar, treinar... e a Fernanda se interessou, foi quando começei acompanhá-la nos torneios.

Quando foi o primeiro mandato?

Vi que o xadrez era administrado muito amadoramente. Assim ajudei o Herman a voltar ser o presidente da FPX e assumi com ele como vice-presidente do interior, passando a me envolver com a administração do xadrez, em 1993/94. Em 94 foi o primeiro mandato do Herman nesta nova era do xadrez paulista, ele foi eleito presidente em 1994 e fiz parte da diretoria dele em 94/95. Como minha filha continuou a jogar, ganhando alguns campeonatos, continuei organizando torneios. Em 94/95 fiu vice-presidente do interior, o Herman era o presidente. Em 96/97 foi meu primeiro mandato como presidente e fui re-eleito 98/99.

Como surgiu o Circuito de 21 minutos?

E tive a oportunidade em janeiro de 96 criar o Circuito de 21 minutos. Existia o Circuito Prosdócimo antigamente no Paraná e o Milos me contou como é que era, achei interessante e criei. Todo mundo me pergunta por que 21 minutos? Primeiro foi para ganhar tempo e depois por sete e sete são 14 com mais sete 21 e eu tinha isso de criança na cabeça. E assim da para fazer um torneio de 7 rodadas em um dia. Fomos criando projeto atrás de projeto, e eu tenho a felicidade de fazer o maior torneio em premiação da América Latina, hoje não por causa do Mundial, em 98 o Campeonato Paulista distribuiu 30 mil Dólares, um valor bastante representativo.

Analisando este período de 1993 até agora, o que ainda não foi realizado?

O único projeto que daqui para fente me interessa é a realização de uma Olímpíada de Xadrez no Brasil, depois de ter feito o evento dos 450 anos de São Paulo, de você colocar Kasparov, Karpov e Anand no mesmo espaço físico no Brasil foi um grande sonho realizado. A convivência com estes jogadores parece agora ser até comum, eles ficaram quatro dias com a gente. Karpov já esteve no Brasil umas duas ou três vezes e neste evento ficou quinze dias, tive a oportunidade de recebê-lo em Americana, na minha chácara, participou de um churrasco. Isso eram coisas que estavam distantes, eram sonhos. O evento dos 450 foi um sonho realizado, trazer um ministro de estado para jogar com Kasparov, são coisas que marcam. Não só a minha vida mas todo enxadrista que teve a oportunidade de acompanhar este evento. O Brasil passou a fazer parte do cenário internacional, por exemplo a manchete do Chess Base destacando a presença de Anand no torneio que jogou com Milos e Rafael.

Quando teremos a Olímpiada no Brasil?

O projeto esta em andamento, é um desafio, já apresentei ao presidente da CBX, existe uma grande possibilidade de nós pleitearmos a Olímpiadas de 2012. Talvez a de 2010 será na China, a de 2008 na Alemanha e este ano será na Itália. Do restante, considerando o calendário da CBX já fiz todos os torneios.

E o trabalho de popularização do xadrez?

Esta é outra meta, começamos a trabalhar em 97/98, Conclui que não adiantava fazer xadrez para as crianças. Porque faltava para nós os formadores de opinião e percebi que o grande filão para o crescimento é o xadrez escolar. Só que tínhamos uma barreira grande, o formador de opinião. Quem é o formador de opinião? É o professor, pois ele está em contato com a criança. E o professor não fala de xadrez na sala de aula por problema muito prático e simples, ele não pode falar daquilo que não sabe. Como ele vai falar de xadrez se não sabe como o cavalo e bispo se movimentam. Então nós passamos a capacitar os formadores de opinião, os professores, e assim o xadrez apresentou um grande crescimento. Eu posso assegurar que no estado de São Paulo entre os quase 12 milhões de alunos, temos hoje cerca de 3 milhões de crianças jogando xadrez. A FPX já capacitou mais de quatro mil professores, isto é um multiplicador enorme pois cada professor atende 500 a 600 alunos.

E o " Xadrez em Tampinhas" ?

Começou em 2001, foi uma idéia do Diretor de Esportes da cidade de São Paulo, de relacionar o xadrez com o meio-ambiente. Conseguimos implantar em várias cidades. E este ano com o projeto Xadrez na Praça, que começou em São Paulo dia 25 de janeiro, será ampliado.

Ele atinge os objetivos?

Veja bem, por mais barato que seja o esporte, o xadrez ainda é caro para a maior parte da sociedade. Então a criança que troca 32 garrafas por um tabuleiro e um livro que ensina como jogar, ele vai ter seu jogo de uma forma mais barata possível. Nós fizemos uma pesquisa em bairros da periferia de Americana em 300 casas e o consumo médio de cada família é de quatro garrafas. Assim em dois meses você já tem o suficiente para todas as peças. E o objetivo do projeto também é a reciclagem, pois muitas destas garrafas vão para o lixo. Neste projeto ensinamos para as crianças a importância da reciclagem e ao mesmo tempo ampliamos o número de praticantes do jogo de xadrez. É esporte e cidadania.

Qual a importância dos clubes para o crescimento do xadrez?

Esta é uma pergunta que levanta outra questão: por que se filiar a federação? A federação é uma entidade administrativa e ela existe em função dos clubes. É uma falsa afirmação que a federação deve ajudar os clubes, pois não existe verba para o xadrez, nem em órgãos públicos nem na iniciativa privada. Ninguém mais do que eu corri atrás de dinheiro para o xadrez nestes anos. o que ocorre foi que conseguimos organizar, normatizar e deixar com que todo mundo tivesse o direito de fazer xadrez. A nossa ajuda para os clubes foi organizando o sistema administrativo do xadrez no Estado de São Paulo. Logicamente nós não temos como fazer aporte de recursos ao Clube de Xadrez de São Paulo por exemplo, que é o único com sede própria, além do Clube de Xadrez de Sorocaba. A grande dificuldade é que não existe como repassar a verba, pois o recurso que conseguimos são poucos até para nossos próprios eventos. Para fazer quatro ou cinco grande evento no ano. Assim eu deixo que os eventos da Federação gerem recursos para os clubes. Isto é uma fonte de recursos, como este ano no Circuito do Clube de Xadrez de São Paulo com dez etapas, da inscrição, tirando a parcela de R$ 3,00 por jogador, o restante é receita para o clube.

Os clubes deveriam custear os jogadores, um campeonato interclubes com mais destaque não seria a solução?

É uma falsa verdade, pois posso assegurar que quatro ou cinco clubes bancam os jogadores. Quem realmente sustenta o xadrez no Estado de São Paulo são os Jogos Regionais e Jogos Abertos e as prefeituras, e a maioria não é filiada a FPX. Isto que dá sustentação ao nosso esporte. Muitas vezes os jogadores pagam suas inscrições para disputar o Interclubes. Paulistano, Pinheiros e Hebraica acho que são os únicos que bancam os jogadores, os demais não.

Com um campeonato que incentive e atraia novos clubes não seria diferente?

O problema não é atrair o clube, o problema é o clube buscar recursos. Pois todos os clubes passam por dificuldades financeiras e a primeira coisa que eles fazem é cortar a verba do esporte. Não cortam verba do social, do jantar, da festa, do domingo, dizem vamos parar de fazer xadrez, vamos dispensar o professor. Só não param com o futebol senão o clube fecha. Pois se tiver que cortar é em cima do esporte.

Qual a importância das prefeituras?

Além da contratação e manutenção dos jogadores. Também é importante o apoio das prefeituras na realização dos eventos, os grandes parceiros dos eventos são as prefeituras. É onde eu busco recurso tanto para implantar o xadrez escolar, como para fazer eventos. Por exemplo, faço o Campeonato Brasileiro em Guarulhos, a prefeitura me deu dinheiro para este campeonato. Faço a semi-final em São Paulo a prefeitura me repassou recurso para este campeonato. O Estado me ajuda a fazer os festivais, os grandes torneios internacionais. Como o evento Mário Covas, o Internacional de Rio Preto é o Estado que me ajuda a fazer estes eventos.

Então o dinheiro público é fundamental?

Sim, pois todo dinheiro público que conseguimos, revertemos para os eventos. Por que nem todo mundo tem esta visão, pois a FPX tem uma despesa mensal de 60 mil Reais. Ela arrecada de seus filiados de 25 a 30 mil no ano. Eu já começo o ano devendo 30 mil, para fazer o que a gente faz com o xadrez hoje. Nós temos a felicidade como no ano passado de fechar com uma receita de quase R$ 500.000,00. Em 2004, quando Karpov veio ao Brasil, nos arrecadamos uma parcela de 450 mil e tivemos uma receita de 890 mil Reais no ano. Hoje a federação esta num patamar de quase 200 mil Dólares/ano de receita. em 94 quando o Herman assumiu nós tínhamos dois relógios quebrados e uma arrecadação de 17 mil Reais. O que aconteceu no Xadrez de São Paulo, não aconteceu em nenhum outro esporte, pode ter certeza disto.

Qual é a estrutura da Federação?

A FPX hoje tem uma diretoria não remunerada, existe uma verba de representação de R$ 1.500,00 por mês para despesas com viagens, alimentação, etc. Também temos dois funcionários registrados. Ainda temos uma vantagem, nos últimos 18 anos, fomos a única federação que conseguiu um decreto do governador cedendo a área por prazo indeterminado. A FPX não paga luz, água, aluguel, condomínio. Ela tem um espaço cedido gratuitamente pelo Estado. Isto é em função da credibilidade que a federação conseguiu nos últimos 12 anos.


A diretoria não deveria ser remunerada, como acontece na Federção Paulista de Futebol ? Não seria mais tranparente?

No momento que você profissionalizar isto, você perde um monte de regalias. Primeiro a federação não paga imposto de renda. No momento que você pagar R$ 500,00 para qualquer diretor você começão a pagar imposto de renda. Isto já é uma perda muito grande. No momento que você vira profissional, no meio político, nas prefeituras vão dizer: o cara está vindo aqui pegar meu dinheiro para fazer o salário dele, então ninguém vai querer ajudar. Querem fazer xadrez remunerado, então vão abrir uma ONG e remunerar quem trabalha. Eu parto do princípio, pois levei seis anos dirigindo a FPX para pedir o primeiro reembolso de despesas, antes a FPX não tinha recursos, depois que a gente organizou, vimos como ela sobrevive, conseguimos uma verba de representação. Que começou em R$ 700,00 e hoje está em R$ 1.500,00. Não que a gente gaste tudo isto, nós pagamos combustível, pedágio, alimentação e despesas telefônicas a maior despesa da federação.


Voltando a questão da contratação de jogadores pelas prefeituras. Isto não inibe o crescimento do xadrez no município?


Não inibe por dois motivos. Só contrata jogadores quem tem dinheiro, quem não tem não contrata. Com a Secretaria da Juventude criou a categoria sub-21 para quem quer investir nas categorias de base. E ainda nós temos a primeira divisão, igual ao vôlei, basquete, são cinco ou seis modalidades que tem primeira divisão nos Jogos Abertos. Então os profissionais são contratados pelas cidades que querem ser campeãs. Aquele que contrata o profissional de xadrez ele quer a medalha de ouro. Então existe no meio sub-21 um falso moralismo que não querem ver a equipe que tem o rating médio alto suba para a primeira divisão. Como sabemos que as cidades que contratam os garotos sub-21, os mestre que estão surgindo, pagam R$ 500,00 a R$ 600,00 por mês, isto para mim é profissionalismo eu defendo que esta equipe jogue na primeira divisão de acordo com o índice técnico. E assim eu não existe problema para a cidade que fazem xadrez de base. Assim ninguém vai investir nas categorias de base, pois contratam profissionais.

As cidades que contratam os profissionais, não deveriam participar dos Jogos da Juventude (sub-18), são atividades incompátiveis uma equipe profissional e o xadrez de base?

As maioria delas participam dos Jogos da Juventude, fazem xadrez de base, por exemplo Santos que tem uma equipe forte e disputa também os Jogos da Juventude.

No caso de Americana?

No caso de Americana o problema não é específico de contratar elite. O problema foi de estruturação da categoria de base, dos problemas políticos. A tendência é daqui para frente é voltar a ter escolinha, teremos a escolinha da prefeitura funcionando, já temos mais de 60 alunos, com o Alexandre Sigrist e quem sabe participar dos Jogos da Juventude. Mais isto é uma política de esportes da cidade, do Secretário e do Prefeito. Ainda não houve um incentivo da Prefeitura de Americana para levar o xadrez às escolas. Como é o caso de Nova Odessa que incentiva e participa.

Um outro assunto, seria o valor da anuidade?

A anuidade é R$ 1.000,00, você paga R$ 800,00 se pagar no vencimento, na segunda data R$ 900,00 e na última R$ 1.000,00. Quem paga antes tem desconto, é hoje é a única despesa. Se dividir por 12 meses, proporcionalmente a nossa anuidade é de graça. Você paga uma vez só, comparando com outros esportes nosso valor é bem mais baixo. Nós ainda não cobramos taxa de transferêcia entre os clubes. Nós só temos a taxa de cadastro da CBX, que recebemos 30% do valor. Então a anuidade é o mínimo que temos que receber dos clubes e ainda temos que buscar o que falta, para ofecer esta administação que o xadrez tem no Estado de São Paulo. E a de convir, nós temos uma adminstrição que é dinâmica 365 dias por ano e a nossa página na internet, que está completando 10 anos, é atualizada todos os dias. este é o trabalho que faço pelo xadrez e faço porque gosto, pois sempre tive atividades paralelas. Começei como estudante, fui empregado, fui auxiliar de escritório, auditor, executivo de empresas nacionais e internacionais, fui empresário e hoje sou representante comercial. Sempre tive atividades paralelas, sou muito dinâmico, como dizem meus amigos: sou um trator, por isso ganho muitos inimigos, pois vou atropelando.

Uma mesagem final...

Quem gosta de xadrez, continue a divulgar e a fazer xadrez, na medida do possível tanto a FPX como a CBX, vão ajudá-los e muito para que o xadrez cresça no Brasil.

REFERÊNCIA:
http://www.xadrezregional.com.br/not06008.html

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ENTREVISTA 35 - Professor fala da paixão pelos tabuleiros


Na foto, Willian e Simão Hagen uma simpatia
Crédito: Leda Dias.

O jogo dos reis como é conhecido o xadrez agora é praticado em diversos países. O que para uns é apenas passatempo, para outros é uma atividade esportiva e profissional. É assim com o Willian Idrani, o professor de xadrez que transformou sua paixão em trabalho social. Os resultados já podem ser vistos: no ano passado as equipes masculina e feminina, coordenadas por ele na cidade de Hortolândia, foram destaques em São Paulo. O bom desempenho nos jogos regionais e estaduais se deve ao professor Willian. Com muita dedicação o professor realiza sei trabalho de levar a educação através da prática de xadrez. Foi com o bom humor e muita empolgação que o professor Willian contou à LivrEsportes, sua experiência e a paixão pelo xadrez.

LivrEsportes: Me fale um pouco sobre sua trajetória de enxadristas ou jogador de xadrez?
Willian: Tudo começou na decada de 70, com copa do mundo e rock and roll ( beatles ) e eu fascinado pelo xadrez. Hoje sou um divulgador da arte dos reis. Iniciei jogando e depois parti para ensinar. Hoje me interesso pelos futuros jogadores e enxadristas que possa vir a conhecer e formar. Ser jogador é ser muito técnico e ser enxadrista é ser aquele que conhece o jogo, joga e consegue contagiar outros com essa arte.

A quantos anos você pratica esse jogo?
Sou amante desta arte desde 1967, quando meu pai me presenteou com um jogo e me ensinou a jogar. Passei a querer conhecer mais sobre os jogadores de xadrez. Então ouvi falar e comecei a pesquisar sobre a vida do Henrique Costa Meking, o Mequinho. Em 2005, quando estagiava como árbitro auxiliar, tive a honra de vê-lo jogar. Até ganhei um autógrafo em uma camiseta.

Então esta paixão vem desde a infância?
Como já mencionei, ouvi falar do Mequinho, grande mestre internacional, que aos 13 anos de idade já era campeão brasileiro. Isso me incentivou a fazer uso desta arte. Todos nós nos espelhamos em alguém no passado ou no presente. Para os amantes do futebol temos Pelé, Mané Garrincha, na natação o Gustavo Borges, Senna na Fórmula 1, entre outros. São ícones que fazem nossas meninas dos olhos brilharem.

Como você aprendeu a jogar?
Comecei com meu pai e depois com um amigo aos sete anos. Na curiosidade, pois nesta época não era tão divulgado como hoje. Quem jogava era filhinho de papai.

Teve apoio no início?
Meu maior apoio e incentivador foi meu pai. Ele comprou um jogo de xadrez de madeira, que guardo até hoje, às sete chaves, sem o qual não poderia estudar. Agora, com relação à minha atuação como professor e técnico, o que me incentiva mesmo é minha paixão pelo xadrez, pois o apoio só vem com muita insistência e perseverança.

O que te diferenciou dos outros jogadores para ser técnico. Lembrando que sua equipe já conquistou vários títulos?
Creio que o que me diferenciou dos outros jogadores foi essa paixão que sinto pelo jogo de xadrez. Não me considero somente um jogador, mas sim, como já mencionei, me considero um enxadrista. Outro diferencial foi minha trajetória como professor e técnico, pois iniciei com um projeto em uma escola municipal de Hortolândia que me recebeu de portas abertas para um trabalho que foi muito valorizado pela diretora Olga Florindo e sua vice Marta de Sousa. Quando iniciamos, logo na primeira aula, tivemos a presença de somente 4 alunos; contudo, na segunda semana, contamos com 35 alunos e com o passar do tempo, passei a compor a equipe do esporte da cidade a convite do seu então gerente Bernardo Camargo. Levamos para os regionais de Itapira, uma equipe que conseguiu o 7o. lugar entre as 17 cidades inscritas, uma grande vitória para nós.

Qual foi o título que mais marcou sua vida?
O que marca é sempre o primeiro: o titulo de bronze nos regionais de bragança paulista em 2007. após sete anos conseguimos esta façanha com as alunas de nossa cidade, alunas pratas da casa, Ana Maria, Daniela Benetasso, Joice Livia, Patricia Santiago, Suelem Silva, Thamyres Almeida.

O que você espera para o futuro do xadrez no Brasil?
Espero que um dia seja grade curricular em todas as escolas municipais, estaduais, particulares, faculdades e universidades e até nas empresas como esporte, lazer e social, mas não só no papel como já aconteceu em outras cidades.

Quais as maiores dificuldades da modalidade e de seus competidores? É possível “viver de xadrez” hoje?
É como no futebol, existem apenas uma gama de atletas que se sobressaem. No xadrez exigem-se um pouco mais de estudos, livros, e softwares importados; ter conhecimento de alguns idiomas, pois os melhores livros ainda estão em outras línguas e esses materiais são um pouco caros. Os alunos quase não têm condições de comprar ou se quer de ter acesso a uma internet.

O xadrez É uma atividade profissional ou ainda um hobby?
Para uma pequena gama de jogadores é uma atividade profissional e rentável como jogador e para a maioria é um hobby. Se joga por lazer e prazer, inclusive é aconselhável jogar como exercício da mente contra o mal de Alzheimer, depressão, pois onde trabalhar a mente, só pode ser através de jogos de raciocínio, jogos de tabuleiros, jogos com histórias e conteúdos pedagógicos. Nem só de força física vive o homem. Em cuba os ginastas olímpicos jogam xadrez antes de suas apresentações, para ter domínio e equilíbrio de todas as situações.

Qual a melhor idade para iniciar no xadrez?
Aos 5 anos com dedicação total do educador. certa vez escutei de um mestre que até os 12 anos a criança brinca, após esta idade, aí sim devemos treiná-lo. Nesse brincar, a criança toma gosto e não para mais.

Você vê o xadrez como um jogo de combate ou de arte?
Vejo como uma poderosa arma pedagógica. A partir daí também temos que analisar os talentos, muitos jogam por lazer e por prazer, outros jogam por poder chegar a títulos nacionais, mundiais, ao topo da cadeia enxadristica, pois a meu ver, se analisarmos friamente, temos uma palavrinha mágica, “interdisciplinaridade” onde o alunos aprendem desde história, matemática, língua portuguesa, literatura, música, ópera, teatro, postura, limite e disciplina. O futebol também está usando o xadrez como forma de melhor a assimilação de raciocínios rápidos; tenho alunos que praticam o judô e jogam xadrez. Não encaro como combate e sim como ante estresse, ou até como terapia.

Você participa de campeonatos, como avalia o nível atual das competições?
Atualmente não participo mais de torneios, o ultimo foi em 2003, em Sumaré. O motivo é que, por gostar muito de jogar, me envolvo demais. Daí pergunto: quem irá divulgar a arte dos reis? Prefiro ensinar e divulgar a arte. Porém quando dá uma folguinha, jogo sim, com meus alunos em sala de aula. Faça um teste, aprenda a jogar xadrez e depois me diga se é bom ou não. E é gostoso perder para seu aluno, sinal que ele aprendeu. Isto sim é o êxtase para o professor, missão cumprida.

Diante dos gastos necessários, vale a pena participar de campeonatos?
Apesar de todos os custos, vale a pena sim. Fazem-se novas amizades, amizades antigas são restauradas. Têm alunos que se conheceram em torneios e namoram, alunos que são pais hoje. Existe um intercâmbio entre cidades, entre jogadores, entre profissionais envolvidos nos campeonatos. Só assim conseguimos continuar divulgando o xadrez e trazendo mais adeptos para esse esporte.

Quais conselhos que você dá aos seus alunos como incentivo a essa modalidade esportiva?
Estudem as disciplinas na escola e façam uma interligação com a arte dos reis. Conciliem uma maneira de estudar as disciplinas escolares e estudar xadrez. Não seja apenas um jogador. Seja, antes de qualquer coisa, um amigo. Só assim jogaremos, aprenderemos juntos a sermos pessoas honestas, humildes e bem melhores.

Como é a procura para esse tipo de prática esportiva?
Os alunos chegam tímidos, quietinhos. Após aprender, eles se transformam, largam a timidez, as manias de criança bagunceira, sem disciplina e sem limites e passam a ser amigos. Com o conhecimento passam a ser monitores, agentes multiplicadores. Ensino que não é só vencer e sim aprender com a derrota e com vitória. Assim serão futuros cidadãos respeitados e de e êxito em suas vidas.

» Reportagem: Lenda credita a um vassalo criação do xadrez


REFERÊNCIA:
http://www.livresportes.com.br/entrevista.php?id=1323

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ENTREVISTA 34 - “Sempre tive muita vontade de vencer”.



FOTO DE GIOVANNI PORTILHO VESCOVI.
“Sempre tive muita vontade de vencer”
16.12.2009.

Por Jeferson Peres.

No auge de sua forma e à luz de mais um título de campeão brasileiro de xadrez, o GM Giovanni Portilho Vescovi fala ao Xadrez de Guarujá sobre sua vida, patrocício e conquistas. Mais do que detalhes de sua carreira Giovanni revela seus pensamentos e ponderações de uma história de talento e paixão.


Aos 31 anos Giovanni Vescovi é mais uma vez campeão brasileiro de xadrez.(Foto: Acervo de Giovanni)
Xadrez de Guarujá: Quem é Giovanni Vescovi? Como tu começou a jogar xadrez? Que tipo de apoio te ajudou no início?

Giovanni Vescovi: Nasci em Porto Alegre, mas sempre morei em São Paulo. O xadrez surgiu por iniciativa de meu pai, que me ensinou as regras por volta de meus 3 ou 4 anos de idade. Aos 8 anos comecei a treinar no Club Paulistano e logo passei a ter bons resultados nacionais e internacionais. No início meu pai foi um grande incentivador, o próprio Club Paulistano me ajudou como podia e até os 11 ou 12 anos as aulas com o amigo e MI Pelikian foram muito importantes. Tive a oportunidade de ter algumas aulas de finais com os MIs James Toledo e Herman Claudius, e também estudei algumas vezes com o GM Milos. Todo tipo de intercâmbio é sempre positivo, mas também devo dizer que já naquela época eu estudava bastante sozinho. Fora isso, também diria que os breves patrocínios que tive (principalmente dos chicletes Bubbaloo) ajudaram bastante pois pude participar de torneios internacionais.

Xadrez de Guarujá: Para ti o que te diferenciou dos outros jogadores e o fez despontar?

Giovanni: É difícil dizer. Acho que sempre tive muita vontade de vencer e todo meu tempo livre eu dedicava ao xadrez, por puro prazer. Como eu disse, também estudei bastante sozinho, embora eu tenha consciência de que poderia ter estudado muito mais, principalmente se tivesse um direcionamento melhor. Mas acho que não tenho uma resposta precisa para sua pergunta.

Xadrez de Guarujá: Para ti o que é necessário para um jogador hoje seguir os teus passos?

Giovanni: Primeiramente gostar do que faz. Depois se dedicar bastante e saber que é preciso sacrificar outros prazeres em muitos casos. O apoio de amigos e familiares também vale muito.



Giovanni em match com Anatoly Karpov (esquerda) em 2006. (Foto: Acervo de Giovanni)
Xadrez de Guarujá: Que tipo de treinamento ou preparação te levaram a se tornar um GM e agora mais uma vez campeão brasileiro de xadrez?

Giovanni: Nenhum método em especial. Sempre tive o hábito de ler muito xadrez de forma aleatória, mas também lia de forma sistemática o que era essencial, como teoria de finais. Minhas aberturas nunca foram boas, mas pelo menos de pretas eu sempre buscava linhas arriscadas. Hoje é um pouco diferente. O título de GM é uma consequencia natural do trabalho, mas demora em média uns 10 anos.

Xadrez de Guarujá: Neste ano Magnus Carlsen se tornou o mais jovem enxadrista a liderar o ranking da FIDE e ano passado André Diamant tornou-se o mais jovem campeão brasileiro. Pra ti, como se explica um avanço cada vez maior dos jovens no xadrez. Isto é uma tendência?

Giovanni: Não vejo como algo surpreendente. O Carlsen sim é um fenômeno, mas sempre existiram jovens talentosos. Eu fui campeão brasileiro absoluto com 15 anos em janeiro de 94. O Mequinho com 13. O Rafael com 17. A realidade é que hoje é mais fácil se tornar um jogador forte rapidamente, mas principalmente porque o estudo está disponível para todos e há muitos professores de alto nível em todo o mundo. Antigamente era muito mais difícil e tedioso estudar. Hoje dá para conseguir tudo pela internet. Inegável que há um avanço e uma tendencia, mas não é tão dramática como se fala por aí.

Xadrez de Guarujá: Em entrevista Magnus Carlsen disse que “ainda podemos derrotar as máquinas”, ao memso tempo que não aceitou desafiar Deep Fritz. Pra ti esta afirmação é verdadeira? Qual o futuro do xadrez frente o avanço tecnológico? Como usar estas tecnologias pra avançar na prática esportiva?

Giovanni: A tese defendida é que se o ser humano conseguir vencer uma partida em 100, significa que ele estava na sua melhor performance e foi superior à máquina (pois ela sempre joga na sua melhor performance). Se os dois – humanos e máquinas – estiverem em igualdade de condições (no seu 100%), então os humanos seriam melhores. Faz sentido, pois o problema do ser humano é não conseguir estar em 100% todo o tempo. Uma noite mal dormida, uma dor de barriga ou a briga com a namorada acabam influindo sempre.

Xadrez de Guarujá: Tu desafiarias hoje o Deep Fritz? Por que?

Giovanni: Não sei qual o sentido e não vejo porque. Mas se alguém quiser organizar esse desafio eu poderia estudar a possibilidade.



"Estou feliz jogando e espero poder continuar fazendo o que gosto", diz Giovanni sobre seu futuro no xadrez. (Foto: Acervo de Giovanni)
Xadrez de Guarujá: Que tu esperas para o futuro do xadrez no Brasil? Quais as maiores dificuldades da modalidade e de seus competidores? É possível “viver de xadrez” hoje?

Giovanni: Não espero nada. Estou feliz jogando e espero poder continuar fazendo o que gosto. Evidentemente é possível melhorar muitas coisas e condições, inclusive de treinamento e planejamento. Mas isso é uma tarefa dos dirigentes. Uma grande dificuldade é a falta de patrocinadores grandes. Há algumas formas de criar eventos atrativos e interessantes, e acho que é o objetivo de todos. Algumas empresas de visão começaram a perceber que o xadrez traz benefícios para seus praticantes e resolveram apoiar projetos sociais, como é o caso da Semp Toshiba. Eles apoiam um projeto de xadrez na favela de Heliopolis em São Paulo e estão muito satisfeitos com os resultados, principalmente por entederem que estão contribuindo para um futuro melhor para muitas crianças, afastando-as de atividades negativas e mostrando-as que elas também são capazes de ter sucesso, até mesmo num jogo complexo como o xadrez.

Xadrez de Guarujá: Com o título de 2009 tu te igualas a Gilberto Milos. Quais as tuas ambições no cenário nacional? E no cenário mundial?

Giovanni: É engraçado como todo mundo acaba se esquecendo que eu venci o Brasileiro de 93, disputado em janeiro de 94. Fiz a mesma pontuação que o Aron Correa e o derrotei no confronto direto, além de ter melhor sistemas de desempate. Por uma casualidade o match acabou nunca se realizando – como já havia sido o caso em outras edições – mas por entenderem que eu havia me recusado a jogar, acabei sendo prejudicado e o título não foi dividido entre ambos. Eu já tinha 100 pontos de rating a mais que o Aron e estava em boa fase, não tinha o menor problema em jogar com ele um match. Aliás, menos de um mês depois derrotei-o novamente no Aberto do Brasil. Mas, vai entender… De todo modo, eu contabilizo esse título, pois fiz por merecer. E o de 2009 passa a ser meu sétimo título.

Xadrez de Guarujá: O que o xadrez representa pra ti?

Giovanni: Não sei explicar. Tenho muitos amigos e adoro o ambiente dos torneios. O jogo em si é fascinante, pois é extremamente rico e complexo. É um desafio constante. Poderia discorrer muito mais, mas no fundo é uma grande paixão.


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Tags: Campeonato Brasileiro de xadrez 2009, Giovanni Vescovi, xadrez, Xadrez de Guarujá
Categorias : Grandes Entrevistas

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“Ainda podemos derrotar as máquinas”
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11

2009
Da Revista ÉPOCA

O pupilo de Kasparov e mais jovem número 1 do mundo da história do xadrez – façanha obtida na semana passada – fala a ÉPOCA sobre o futuro do jogo.

Na semana passada, ao derrotar o húngaro Peter Leko em um torneio em Moscou, o norueguês Magnus Carlsen se tornou o mais jovem número 1 do xadrez desde a criação do ranking mundial, em 1970. Ele atingiu 2.806 pontos, um a mais que o búlgaro Veselin Topalov. Ironicamente, ele superou o recorde de seu atual mentor – o ex-campeão mundial (1985-2000) Garry Kasparov, que chegou ao topo aos 20 anos, em 1984. O bizantino sistema do xadrez faz com que Carlsen não seja o campeão mundial – o título pertence ao atual número 3, o indiano Viswanathan Anand. A julgar pela evolução de Carlsen, essa distorção é uma questão de tempo.











QUEM É

Nasceu em Tonsberg, em 30 de novembro de 1990. Quando tinha 8 anos, o pai o ensinou a jogar xadrez



O QUE FAZ

Aos 13 anos, tornou-se grande mestre e empatou um jogo com Kasparov



VIDA PESSOAL

Não tem namorada. Gosta de futebol e de tomar laranjada durante os jogos



ÉPOCA – Você esperava ser o mais jovem número um da história?

Magnus Carlsen - Honestamente não. E é por isso que tem sido tão divertido. Sei que há muitas outras metas a cumprir. A mais imediata é conservar ao máximo este ranking.
ÉPOCA – Sua próxima ambição é ser o mais jovem campeão mundial?
Carlsen – Meu objetivo é ser campeão, não importa quando. Não tenho pensado muito no Mundial ou no ciclo para chegar até lá. Uma coisa é ser um simples candidato ao título, outra bem diferente é estar preparado para a disputa. Minha meta é melhorar meu jogo. O título mundial será uma extensão.
ÉPOCA – O atual campeão do mundo é o indiano Viswanathan Anand, o terceiro do ranking, e não você, o número um. Tal disparidade não confunde o público?
Carlsen - Não penso nisso. Deixo esta resposta para a Fide (a Federação Internacional de Xadrez).
ÉPOCA – Ser treinado pelo Kasparov foi iniciativa sua?
Carlsen - A ideia inicial foi dele. Quando soube por um amigo em comum que Garry gostaria de colaborar, imediatamente aceitei. Logo acreditei que seria bom para o meu desenvolvimento. Começamos em janeiro, e nosso acordo vale até o final do ano que vem. Passamos alguns dias juntos na Croácia, em Moscou e na Noruega. Não vou entrar em detalhes sobre nossa rotina, mas temos dado ênfase às aberturas (lances iniciais das partidas). Mantemos contato mesmo à distância. Ele segue meus torneios pela internet, em tempo real.
ÉPOCA – E por que ele te procurou? Pelo dinheiro?
Carlsen – Ele sempre fala em oferecer um legado, em dar algo ao xadrez. Campeões do passado ajudaram na formação do seu jogo, e ele agora quer fazer algo parecido no papel de treinador. Eu não poderia querer um técnico melhor. A contribuição dele é ótima tanto na técnica quanto na psicologia do jogo. Sua energia é impressionante. Sempre fico cansado quando termino um dia ao seu lado. Mas é bom.
ÉPOCA – Nos jogos entre vocês, quem ganha?
Carlsen - Há muito equilíbrio, são bons jogos. Nenhum de nós quer perder.
ÉPOCA – Teme decepcioná-lo?
Carlsen – Nunca se tem certeza de nada. Confio no meu potencial, e meu papel agora é buscar minhas metas e jamais desistir.
ÉPOCA – O que conversaram depois que assumiu o topo do ranking?
Carlsen – Nada diferente do que vínhamos falando antes, que o importante é seguir focado no desenvolvimento do jogo e não desistir nunca.
ÉPOCA – Como os programas e sites de xadrez melhoraram seu nível de jogo?
Carlsen – Hoje é possível jogar e reproduzir online as partidas dos grandes torneios. Como a Noruega não tem tradição no xadrez, a internet foi uma grande ferramenta durante meus primeiros anos no tabuleiro. Só depois é que passei a treinar na academia de Simen Agdestein (seu primeiro treinador). No passado, nascer em país de forte tradição, como a União Soviética, representava uma importante vantagem, mas o xadrez moderno é mais democrático. A internet e os softwares nivelaram o jogo.
ÉPOCA – O domínio da máquina sobre o homem não torna o xadrez monótono e menos criativo?
Carlsen - A capacidade de cálculo dos computadores é claramente maior, mas isso não diminui o xadrez como esporte mental praticado entre pessoas, por mais que elas tentem decorar aquilo que o computador sugere. Humanos sofrem pressão e estafa, o que interfere muito no resultado final. Acho benéfica a interferência das máquinas no xadrez. Ela facilita muito a compreensão do público nas partidas disputadas entre os jogadores de elite. Isso tem sido importante para o aumento do número de praticantes.
ÉPOCA – Os computadores hoje são imbatíveis?
Carlsen - Não afirmaria isso. Os humanos seguem com chances na metade do jogo (fase em que, segundo os enxadristas, a intuição é tão importante quanto o cálculo).
ÉPOCA – Você pensa em desafiar um programa de ponta, como o Deep Fritz?
Carlsen - Por enquanto não. Se houvesse um match assim, não entraria esperando ganhar.
ÉPOCA – Você começou a jogar aos oito anos. Qual a melhor idade para iniciar no xadrez?
Carlsen – Não há uma regra. Mais importante que a idade é a motivação para entender o jogo. Acho que uma criança está pronta para isso dos 4 aos 10 anos.
ÉPOCA – Quando percebeu que era um talento raro?
Carlsen - Nunca me considerei assim, mesmo hoje. Mas tive uma noção da minha qualidade já nos primeiros torneios. Mesmo tendo aprendido a jogar mais tarde que meus adversários, conseguia vencê-los.

Fonte: Revista ÉPOCA


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O sucesso mora ao lado.
16

09

2009
Por Jeferson Peres

Em entrevista ao Xadrez de Guarujá, Carlos Alberto Sega, vice-presidente do Clube de Xadrez Santos fala sobre o esporte e a burocracia que deu certo na cidade.

Xadrez de Guarujá: O que é o Clube de xadrez de Santos?

Sega: O Clube de Xadrez – Santos é uma associação sem fins lucrativos fundada em 01/01/1925 que tem por objetivo incentivar e desenvolver a prática do xadrez.


Aos 84 anos, Clube de Xadrez Santos ainda mantém seus objetivos.
Xadrez de Guarujá: O que é o xadrez pra vocês?

Sega: Xadrez é uma atividade que gostamos de realizar em suas diversas formas (jogando uma partida, estudando, resolvendo diagramas…), uma espécie de paixão que nos entretêm com seus desafios.

Xadrez de Guarujá: Qual projeto de xadrez vocês desenvolvem?

Sega: O principal projeto é o incentivo ao xadrez escolar e o desenvolvimento de seus talentos, para isso realizamos um Circuito Escolar, todos os anos realizamos Campeonatos Paulistas de categorias menores e mesmo nas competições de categoria absoluta distribuímos premiações para as categorias menores.


Para Sega, o principal projeto do Clube é o incentivo ao xadrez escolar.
Xadrez de Guarujá: Que tipo de estrutura vocês possuem? O quê lhes falta?

Sega: A estrutura física do clube é uma sala onde ficam 2 computadores, livros, relógios, peças e tabuleiros. Nos últimos anos para promover o xadrez escolar realizamos cursos para professores e cursos de arbitragem, o que aumentado a qualificação no ensino e nas competições.

Xadrez de Guarujá: O que é necessário pra construir um clube de xadrez?

Sega: Um clube de xadrez é sempre uma manifestação da vontade comum de um grupo de pessoas, então só requer isso. Claro que existe o aspecto formal como elaborar um estatuto, registrar em cartório, etc.

Xadrez de Guarujá: Pode se dizer que Santos tem as melhores equipes de xadrez da Baixada Santista. A que se deve isto?

Sega: Acho que Santos tem boas equipes devido a um trabalho contínuo, outras cidades da região estão tendo boas equipes nos últimos anos também devido a isso. Os eventos que realizamos em Santos tem auxiliado a toda região, ficaria melhor ainda se todas as cidades realizassem um pouco desse trabalho o que daria melhores condições aos eventos. Sobre as equipes de base felizmente desde 90 estamos com treinadores qualificados na cidade.


Xadrez de Guarujá: O que o Clube de xadrez de Santos faz para incentivar o xadrez escolar? E a prefeitura da cidade? Que benefícios isto traz para a cidade?

Sega: O clube de xadrez, em parceria com a prefeitura, tem realizado capacitação e palestras para professores, cursos de arbitragem, simultâneas e diversos torneios durante todo o ano. Estas atividades têm difundido o xadrez e feito com que novos enxadristas de nível se desenvolvam na região e especialmente em Santos.


Xadrez de Guarujá: Que tipo de parceria existe entre o Clube e a prefeitura para viabilizar este projeto?

Sega: A prefeitura apóia em 3 frentes o xadrez em Santos. A FUPES é encarregado do esporte de alto rendimento, através dela os representantes da cidade recebem uma ajuda de custo estipulada em lei. A SEMES apóia o esporte como desenvolvimento esportivo e muitas vezes cede local para a realização de eventos, outras vezes arca com as despesas de arbitragem e taxas, outras ainda disponibiliza transporte. Na SEDUC existe um projeto de xadrez utilizado como instrumento pedagógico, em algumas escolas de Santos como o Bernal isso já é uma realidade e gera bons frutos.


Xadrez de Guarujá: O que diferencia a gestão santista do xadrez das outras cidades da região?

Sega: Creio que é a continuidade do trabalho e a disposição de pessoas a manter o sonho estabelecido em 1925: desenvolver e difundir o xadrez.



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As poucas palavras de um campeão.
15

06

2009
por Jeferson Peres e Raphael Gomes

Aos 37 anos, o Grande Mestre e hexacampeão brasileiro Gilberto Milos Júnior fala ao Xadrez de Guarujá sobre sua vida e carreira. Gilberto revela profissionalismo e coragem ao escolher viver pelo xadrez.


Para Milos, dedicação e empenho constroem um bom jogador.

Xadrez de Guarujá: Quem é Gilberto Milos?

Milos: Sou um jogador profissional de xadrez que vive do esporte. Todas as minhas fontes de renda vêm do xadrez. Não tenho nenhuma formação acadêmica.

Xadrez de Guarujá: Como você conheceu o xadrez? E quando percebeu que poderia se profissionalizar?

Milos: Meu pai me ensinou quando eu tinha 5 anos. No começo eu jogava em clubes com meus amigos. Perto dos 13 anos, eu percebi que tinha um talento maior que o normal, que tinha futuro no xadrez.

Xadrez de Guarujá: Quem apoiou Gilberto Milos no xadrez até a grande maestria?

Milos: Apenas de amigos e da minha família. Não tive nenhum grande auxílio de um clube ou patrocinador, por exemplo.

Xadrez de Guarujá: Quais as dificuldades dos enxadristas no Brasil?

Milos: No Brasil o esporte é muito pouco popular, portanto conta com menor visibilidade, apoio e injeção de dinheiro. Há poucos torneios. É muito complicado conseguir patrocínio e apoio de clubes.

Xadrez de Guarujá: Tu acreditas na função social do xadrez?

Milos: De fato ele agrega valores às pessoas. Como jogo, aprende a respeitar as regras, ajuda a compreender melhor a sociedade. É interessante como outras modalidades esportivas.

Xadrez de Guarujá: Pra ti, qual o futuro do xadrez mediante a tecnologia e a internet?

Milos: Pra mim, acontecerá o mesmo que já ocorre hoje. O virtual toma o espaço do físico. A popularidade da prática esportiva certamente aumentará, mas cada um na sua casa.

Xadrez de Guarujá: Como você vê o aparecimento de grandes jogadores de xadrez cada vez mais jovens?

Milos: É normal. Eles estão aprendendo e praticando muito precocemente. O Diamant, por exemplo, tem um grande apoio do clube que ele representa, a Hebraica. Há pelo menos 5 anos eu dou aula pra ele lá.

Xadrez de Guarujá: Quais conselhos tu tens pra quem está começando agora e quer seguir seus passos?

Milos: Se dedicar muito, muito. Ser um bom competidor, controlar seus medos. Estudar bastante. E no final das contas, jogar com sua própria cabeça. Tem que descobrir seu próprio caminho.

Xadrez de Guarujá: É possível ser um bom jogador de xadrez sem o apoio?

Milos: Sim, eu não tive apoio e consegui. Tem que ter muita dedicação e empenho, mas dá.


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Uma vida para o xadrez.
25

05

2009
por Jeferson Peres

Do alto de seus 22 anos o MI brasileiro Krikor Sevag Mekhitarian fala ao Xadrez de Guarujá sobre sua vida, xadrez e expectativas. Krikor revela além de muita simpatia e entusiasmo alguns empolgantes detalhes da tragetória de alguém que acredita no futuro do esporte.

Xadrez de Guarujá: Quem é Krikor Sevag?

Krikor: Sou paulistano, nascido em 15 de Novembro de 1986. Tenho origem armênia, por parte de pai e mãe. Atualmente curso o último ano de administração de empresas, no Mackenzie-SP. Me formo em Dezembro agora. Gosto muito de seriados, ouço música de tudo que é tipo – principalmente eletrônica e latina. Moro na cidade onde nasci até hoje, mas sempre tive e ainda tenho vontade de me mudar para o interior.

Xadrez de Guarujá: O que é o xadrez e o que ele fez por ti?

Krikor: O xadrez deve representar uns 80% da minha vida até hoje. Por meio dele, já fui a diversas cidades e países que eu nunca imaginaria conhecer, tive contato com pessoas de todas as idades e regiões do Brasil e do mundo. Gosto de pensar que ao longo desses 16 anos de prática (aprendi aos 6), fiz uma faculdade de graduação, um mestrado e um doutorado nesse esporte. Abri mão de muitas coisas para me dedicar integralmente, mas cresci muito desde o primeiro momento e não me arrependo de ter vivido dessa maneira até hoje.


Krikor contra o GM Rafael Leitão na final do campeonato brasileiro de 2008 em Recife.
Xadrez de Guarujá: Como você aprendeu a jogar?

Krikor: Aprendi aos 6 anos – em 1992 – com o meu pai (que conhecia o jogo por causa do meu tio, muitos e muitos anos atrás. Hoje, meu tio, que mora na Espanha, sempre foi e sempre será um amante do xadrez e deve ter seus 1800 de força). Eu gostava muito de quebra-cabeças nessa idade, e certo dia, tive a brilhante (ou estúpida?) idéia de montá-lo com as peças viradas para baixo. Daí meu pai imaginou que poderia ser uma idéia me ensinar os movimentos desse novo jogo. Depois de muitas e muitas e muitas derrotas contra ele, comecei a ter aulas e aos poucos aquele passatempo se transformou em grande parte do que eu sou hoje.

Xadrez de Guarujá: Como tu te preparas?

Krikor: Nesses últimos anos, já tive diferentes fases quanto ao estudo. Em certas épocas, foquei mais em livros de finais, outras em livros de partidas, e durante certo tempo, eu só resolvia problemas artísticos. Entretanto, algo que eu nunca deixei de fazer (desde, digamos 2004, quando comecei a me dedicar bem mais por conta própria), foi a preparação de aberturas e análise de partidas recentes junto ao Chessbase. Esse último tópico me deixa em ótimas condições de ter um xadrez competitivo, utilizando-se de material novo e sempre com o repertório de aberturas em dia. Agora, é importante que fique claro, que antes dessa dedicação às aberturas, é necessária uma base bem reforçada com análise de partidas de ex-campeões do mundo, estudo de finais básicos e variados, e muito, muito, muito cálculo, que é uma área bastante menosprezada por muitos e faz uma diferença estratosférica na prática. Basicamente pelo fato de que toda uma preparação de abertura e todo um plano perfeito no meio-jogo pode ir abaixo com uma falha tática. Por isso, aí vai a dica para quem esteja motivado a dedicar-se: as aberturas são importantes, mas de fato são um diferencial apenas depois do nível de 2300, 2400. Até lá, um bom conhecimento estratégico, um cálculo afiado e uma noção boa de finais não vão te deixar na mão.



Krikor contra Neuris Delgado em 2008 na Colômbia.
Xadrez de Guarujá: Que dicas tu tens pra crianças que estão aprendendo agora e querem competir?

Krikor: As últimas dicas acima são direcionadas para um nível já mais avançado. Para as crianças, o que eu gosto de ressaltar sempre é que o xadrez, deve ser praticado com prazer, acima de tudo. Afinal das contas, ninguém gosta de fazer o que não quer né? Parece meio óbvio, mas na prática não é. Eu falo isso, pois muita gente que está começando, e de fato está motivada, acaba parando cedo por razões diferentes. Às vezes, pressão dos familiares, outras vezes pode ocorrer um esforço muito grande para certo campeonato e a frustração que vem depois, em caso de não sucesso é muito negativa. Por isso, antes de mais nada, divirtam-se. Se parece chato treinar, tente fazer com que o treino não seja um momento de chatice, mas sim algo agradável e divertido a se fazer. Durante as partidas, se você fica entediado de tanto pensar (pedir a uma criança que fique 100% do tempo concentrada a partida toda não é algo saudável), pense na vida, lembre de uma música. E claro, dê o melhor que você puder de si.

Xadrez de Guarujá: Pra ti, o esporte, ou o xadrez pode ter uma função de inclusão social?

Krikor:Acredito que o xadrez principalmente pode ter essa função. Como estudos provam, e muita gente já está careca de saber, esse nosso esporte traz muitos benefícios, como melhora de concentração, facilidade de raciocínio, etc. Esses benefícios são uma forte arma para difundir o xadrez Brasil afora, e se adicionarmos os inúmeros projetos de xadrez nas escolas pelo país, é possível enxergar que a inclusão social vem acontecendo em escalas cada vez maiores. O xadrez tem esse poder de melhorar habilidades e porque não dizer – melhorar as pessoas. Em caso do xadrez conseguir um espaço forte na mídia (talvez com a exibição de partidas com ritmo de tempo mais curto e socialização do aprendizado do jogo), as iniciativas públicas se multiplicarão mais rapidamente, e com o setor privado enxergando uma oportunidade, inúmeras portas serão abertas para todos que praticam – aqueles que estão começando, e outros que já estão em nível principiante, intermediário ou avançado.

Xadrez de Guarujá:Pra ti, qual o futuro do xadrez frente ao avanço tecnológico e a internet?

Krikor:Muita gente gosta de acreditar que o xadrez um dia vai ser refutado por completo e vamos ter que mudar as regras, mudar a formação inicial das peças. Na minha opinião, isso não vai acontecer, se continuarmos com nossos cérebros como eles são hoje. Mesmo se uma máquina revolucionária hiper-mega potente aprofunde-se ao máximo, na prática temos emoções em jogo, um tempo limitado e um cérebro que não funciona tão linearmente como um computador. Acredito sim, que cada vez mais, no xadrez de alto nível, a preparação de abertura será mais importante (como já é atualmente), e a posse de uma máquina mais potente é um detalhezinho a mais para quem já conhece o jogo de ponta a ponta. Hoje em dia, a Internet dá a possibilidade para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, entrar em contato com praticamente todo o material de ponta disponível. E o fato disso ser tão distante da realidade de 15, 20 anos atrás. Tenho certeza que a revolução está apenas começando. Novos talentos surgirão cada vez mais precocemente, e daqui um tempo, ninguém se impressionará com a trajetória de Carlsen, Karjakin. Posso estar sendo um pouco radical, mas depois que minha prima de 9 anos começou a me dar uma aula avançada de como mexer no orkut e no photoshop, não duvido de mais nada.


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REFERÊNCIA:
http://xadrezdeguaruja.wordpress.com/category/grandes-entrevistas/

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ENTREVISTA 33: CRICIÚMA - ENTREVISTA SOBRE XADREZ, REALIZADA NA RÁDIO DIFUSORA FM 910. ENTREVISTADOS: EVANDRO BITENCOURT E KARLUS VALGA.


Sexta-Feira, 21 de outubro de 2011.
ENTREVISTA SOBRE XADREZ REALIZADA NA RADIO DIFUSORA FM 910 - ENTREVISTADOS - EVANDRO BITENCOURT E KARLUS VALGA

SÍNTESE DA ENTREVISTA REALIZADA NA RÁDIO DIFUSORA AM 910 NO DIA 17 DE SETEMBRO DE 2011 TENDO COMO ENTREVISTADOS EVANDRO BITENCOURT E KARLUS VALGA

OBS: Para baixar a entrevista em áudio é só entrar no link: http://www.4shared.com/audio/FcJjIC97/170911_-_Entrevista_Rdio_corta.html?

Pergunta 1 - Como é que se ensina xadrez, é só na prática ou primeiro tem que ir pro livro para ver detalhes, regras? Mas a percepção para fazer a jogada correta, isso é um dom nato ou os professores podem ajudar as crianças?

Não. Normalmente quando chega à parte de livros, é a parte técnica mais de competição. O xadrez pode ser ensinado para os professores, às jogadas são simples; o mais difícil no xadrez claro é a combinação de lances, a combinação de jogadas. Mas todas as crianças normalmente a partir dos que 3 anos, já da pra aprender alguns movimentos e a partir dos 6 anos já da pra jogar competição.


Pergunta 2 -Tenho grandes e muitos amigos no xadrez, mas a muito tempo atrás dizem que o cara que joga xadrez é louco porque quem olhava o Mequinho na televisão que o óculos caia e tal, hoje é diferente não é?

Hoje é diferente, por exemplo se você for no circuito catarinense de xadrez rápido onde junto 150 a 300 jogadores, você vê jogadores de qualquer tipo, desde aquele estereótipo nérde até o pessoal de bonezinho pro lado jogando. Um exemplo é o MF Alfeu Bueno cabelo comprido, roupa preta (estilo roqueiro).


Pergunta 3 – A imagem do passado tem que ser esquecida, o cara que jogava xadrez era um cara diferente, um cara metódico; hoje não tem nada disso, joga xadrez porque é uma modalidade tão popular quanto ao mais que outras.

É muito importante este assunto porque eu (Evandro) sou filho de professora de Educação Física e vivi no meio do esporte. Desde pequeno eu sempre pratiquei e treinei pra competição como Basquete, Handebol, Futebol participando por regionais tanto por Criciúma quanto por outras cidades como Forquilhinha .


Pergunta 4 – Não é qualquer um que pode jogar xadrez, porque eu não acredito que uma pessoa que não tenha um bom índice técnico possa jogar?

Isso em parte, porque existe o jogador que já tem o talento nato e o jogador que foi treinado; assim como nas outras modalidades tanto nas coletivas quanto individuais.


Pergunta 5 – A pessoa que não tem o poder de concentração pode jogar xadrez?

Pode. Um exemplo é o GMI Alexander Fier natural de Joinville onde deu uma entrevista na ESPN, disse que começou a jogar com 5 anos de idade e que era um garoto hiperativo e mesmo assim conseguiu jogar xadrez.


Pergunta 4 – A forma dos enxadristas mudaram muito, hoje o xadrez é uma esporte popular e está na grade curricular nas escolas porque ele ajuda a desenvolver a capacidade mental das pessoas.

Isso se dá muito a evolução tecnológica, por exemplo eu e Evandro já tivemos aulas online pelo MF Fabiano Prates com isso o xadrez cresceu muito.
A informatização é importante hoje em dia, é o que acontece na maioria dos esportes. A gente da aulas para alguns alunos quando eles não conseguir ir aos treinos e passamos orientações via MSN devido as alunos terem provas no mesmo dia. Preservamos muito isso porque se forem mal na escola não joga xadrez e o índice de reprovação é zero.
O pessoal se apura um pouco nos períodos de joguinhos e então damos uma parada com o treino pra que eles consigam repor a matéria.


Pergunta 5 – Qual a projeção nos Jogos Abertos?

Ficar entre os 6 primeiros para ajudar Criciúma na contagem geral.


Pergunta 6 – A equipe do JASC vai ser formada por quem?

MF Luiz Ney Menna Barreto, MF Lidio Delgado, Carlos Alberto Wolff, Evandro José dos Santos Bitencourt, Fábio Germano Selinger e Alexandre de Matos.

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REFERÊNCIA:
http://xadrezcriciuma.blogspot.com/2011/10/entrevista-sobre-xadrez-realizada-na.html

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA

sábado, 3 de dezembro de 2011

ENTREVISTA 32:: XEQUE-MATE.




MESTRE NACIONAL PAULO JATOBÁ (ACIMA).



PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
JORNAL A TARDE,
TERÇA-FEIRA, 2/08/2011.
FOTO: RAIMUNDO SPANASSÉ/ AGÊNCIA A TARDE.