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PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ENTREVISTA 44 - O QUE SE PODE APRENDER COM O MAIOR JOGADOR DE XADREZ DA HISTÓRIA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://dropsdecarreira.com.br/blog/2012/01/o-que-se-pode-aprender-com-o-maior-jogador-de-xadrez-da-historia/


Não me considero um jogador de Xadrez… Sou apenas um “movimentador de peças”, que brincava de jogar com a turma de amigos na infância e hoje com meus filhos. Como professor de Estratégia Empresarial, costumo recomendar a prática do enxadrismo como forma de desenvolver a visão e o raciocínio estratégico através de um método lúdico e eficaz.
Li hoje uma excelente entrevista que o russo Garry Kasparov, considerado o maior enxadrista da história, concedeu à revista Isto É no final do ano passado. Selecionei os pontos mais relevantes do discurso do campeão, no que diz respeito a como a prática regular do Xadrez pode elevar as competências de crianças e adultos, bem como a eterna peleja entre homem e computador diante do tabuleiro de um dos jogos mais tradicionais da humanidade. Espero que vocês também apreciem!
“Não quero revanche com computador”
Muito mudou desde a última visita da lenda do xadrez Garry Kasparov ao Brasil, em 2004. Hoje, com 48 anos, o russo, que manteve o título de melhor enxadrista do mundo por quase duas décadas, um recorde, aposentou-se em 2005 e resolveu se dedicar a uma nova causa: levar o xadrez às escolas de todo o mundo. Foi essa missão que o fez, na semana passada, voltar ao Brasil, onde anunciou sua intenção de abrir um braço da Kasparov Chess Foundation no País até o começo de 2012. “Para fazer qualquer coisa de peso na América Latina é preciso envolver o Brasil”, disse ele, que já tem o apoio dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. “Teremos a sede em São Paulo e uma filial em Buenos Aires, de onde integraremos os países de língua espanhola da região.” Kasparov veio ao Brasil acompanhado de sua terceira mulher, a bela Daria Tarasova.
Como o xadrez ajuda na educação?
GK – O xadrez ajuda a desenvolver as habilidades de aprendizado. Claro, a matemática é a mais evidente das disciplinas beneficiadas. Mas o xadrez ajuda ainda na concentração, na disciplina e no pensamento lógico. Também ajuda a criança a ser mais flexível, adaptável e aumenta o senso de responsabilidade. No xadrez, se você toma uma decisão certa, o resultado é imediato e positivo; se toma uma decisão errada, também é imediato e negativo. A culpa, para todos os efeitos, é sempre do jogador. Há também um sem-número de estudos que mostram que as turmas que praticam xadrez têm desempenho melhor do que as que não praticam.
Na infância, quanto tempo passava por dia jogando?
GK – Não sei, muitas horas. Sempre fui muito bem na escola, nunca tive dificuldades, então tinha bastante tempo livre e o usava para isso. Um colega, seis anos mais velho, me acompanhava. Pouco antes de completar 10 anos me tornei semiprofissional e passei a competir pelo time local. Quando vi, já tinha arrumado um técnico e estava treinando. Sempre foi fácil. Não me lembro de sacrifício. Era uma grande felicidade estudar, treinar e jogar. Mexer as peças, ler os livros, era tudo muito bom.
Hoje muito do treinamento de novos talentos é feito com computadores e pela internet. O que pensa disso?
GK – É um fato. Tem coisas contra as quais não faz sentido se opor, elas acontecem e pronto. Mas os elementos do contato humano, mesmo nesse jogo, não podem ter sua importância ignorada. Os computadores oferecem muitas opções interessantes de estudo. As crianças passam cada vez mais tempo em frente ao computador, então convencê-las a praticar o xadrez no computador é mais fácil. O ambiente é mais propício. Mas fica um rastro no jogo de quem treina com a máquina de que o aprendizado foi computadorizado. Quem treina com computador não faz os estudos no papel, como eu fazia. O jeito como os novos jogadores colocam o jogo no tabuleiro é diferente. Eles não têm mais a cultura clássica do xadrez.
Isso é ruim?
GK – É a realidade. O que vemos é que o desempenho médio aumentou assustadoramente. Isso pode ser observado em vários esportes. Os gênios continuam existindo, como Lionel Messi no futebol. O que mudou foi a média. Hoje Pelé não conseguiria fazer o que ele fez 50 anos atrás. O mesmo vale para o xadrez. A média aumentou porque há muito conhecimento disponível. Um grande mestre adolescente hoje sabe muito mais do que Bobby Fischer (enxadrista) sabia 40 anos atrás. Mas isso não quer dizer que ele chegue perto de Fischer quando o assunto é talento. São realidades diferentes e temos de nos adaptar a elas.
Na sua carreira, o sr. foi derrotado por um computador, o Deep Blue, em 1996. Que lição ficou?
GK – Ele nunca foi testado em outra competição. Hoje você pode comprar um simulador de xadrez e rodá-lo no seu computador e ele será mais sofisticado que o Deep Blue. A lição que ficou é a de que as máquinas podem melhorar indefinidamente, mas o xadrez continuará sendo um jogo matematicamente infinito. Não existe solução para o jogo por que o número de variações é astronômico. Não dá para calcular todos os jogos do primeiro ao último movimento. A vantagem que as máquinas sempre terão é que elas são estáveis. Até os melhores jogadores tem subjetividades e flutuações. A máquina não se altera. Não sabe se está ganhando ou perdendo. Eu sei, e isso me influencia.
Quer uma revanche contra o Deep Blue?
GK – Não, mas, se voltasse a competir com computadores, faria algumas exigências. Uma única vitória humana, por exemplo, seria o suficiente para acabar a competição. Hoje é preciso uma sucessão de vitórias. Dar essa vantagem ao ser humano tira a pressão de estar competindo contra algo que terá sempre o mesmo desempenho. Com essa exigência e mais algumas pequenas mudanças de regra ainda poderemos ter boas disputas entre seres humanos e máquinas.
“O xadrez ajuda a desenvolver as habilidades de aprendizado, na concentração, na disciplina e no pensamento lógico”