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PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

quarta-feira, 15 de maio de 2013

ENTREVISTA 59 - ZAMENHOFF: XADREZ E ESPERANTO - UM XEQUE-MATE NA BARREIRA LINGUÍSTICA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://kke.org.br/artigos





XADREZ E ESPERANTO

UM XEQUE-MATE NA BARREIRA LINGUÍSTICA

Terminada a partida, surgiu o interesse em conversar com meu oponente, saber o que ele pensava da alternativa que eu tomei em relação ao final de peões, enfim, conseguir tirar mais algum proveito de tudo o que tinha aprendido durante o jogo. Havíamos vencido a barreira física jogando pela Internet, e, no entanto, permanecíamos diante de uma outra, ainda mais antiga e difícil de ser transposta: a barreira das línguas. Na ausência de uma língua em comum, estávamos ambos mergulhados no mutismo que prejudicou nosso próprio amadurecimento no jogo, e a culpa não poderia ser atribuída a nenhum dos dois, porque esse problema existe há muito tempo, sem uma solução realmente satisfatória para todos.
Quando o berço do xadrez era ainda a França do Café de la Régence, no século XVIII, impunha-se a necessidadede se saber o francês. Aos poucos, tal necessidade atravessou o Canal da Mancha e dirigiu-se para a Inglaterrade Anderssen, do primeiro campeonato mundial, e hoje pode-se dizer que o inglês é inevitável quando se buscam informações a respeito do xadrez, embora venha seguido de perto pelo espanhol de Capablanca. Nem mesmo a poderosa escola russa foi suficientemente forte para ascender sua própria língua a um posto dominante em relação às outras, mas dizem que o próprio Fisher afirmou que, para alcançar seus objetivos, teve de beber da fonte, lendo muitos livros em russo. Mas todas essas línguas ocupam apenas temporariamente essa posição dominante. Para comprovarmos essa teoria, basta nos lembrarmos da sequência na História: grego > latim > francês > inglês, e o Esperanto, língua planejada em 1887 pelo polaco Lázaro Luís Zamenhof, representa a única língua viva capaz de, efetivamente, contribuir para o entendimento entre enxadristade todo o mundo. Seus objetivos são bem claros e lógicos: servir de língua aŭiliar para pessoas de línguas diferentes, a fim de que elas possam conservar sua própria língua, mas, ao mesmo tempo, intercambiar experiências com pessoas de outras línguas e culturas.
Ao longo de mais de 120 anos de uso, o esperanto se mostrou bastante eficaz nas relações internacionais, e hoje seu número estimado de falantes já alcança a casa dos milhões. Sua relação com o xadrez vem desde o início do século XX, quando surgiu a Liga Internacional Esperantista de Xadrez. E se já está comprovado que o cultivo do xadrez na mente de nossas crianças e jovens garante um maior domínio das áreas diretamente ligadas a ele, como a matemática, o raciocínio lógico e a concentração, também está comprovado que a aprendizagem do esperanto proporciona uma maior compreensão das estruturas da língua materna, é mais fácil de ser aprendido (porque não sobrecarrega a memória com as incoerências de uma língua estrangeira) e seu conhecimento faz economizar muitos meses quando se pretende adquirir outras línguas, caracterizando-a, portanto, como o melhor trampolim para as aprendizagens linguísticas.
Atualmente, o xadrez passa por uma fase caracterizada por variadas fontes de informação, uma fase em que surgem novos enxadristade várias partes do mundo, e, devido à globalização e às novas tecnologias, a ligação entre todas essas pessoas amantes do jogo acontece de forma cada vez mais fácil e instantânea. Muitos livros e cursos são editados em línguas que não são tidas como línguas de prestígio, e com isso ficamos sem ter acesso a esse vasto material, tudo fica guardado como um tesouro a ser descoberto por quem tiver o “mapa da mina”. O Esperanto já foi testado inúmeras vezes como línguaponte, e sua versatilidade para a tradução de qualquer tipode texto – inclusive enxadrístico, pois é possível encontrar um grande número de informações sobre o xadrez já na língua internacional – caracteriza-o como um dos melhores “mapas” que a mente humana já inventou.
É chegado o momento decisivo: estamos a poucos lances da vitória!
O enriquecimento que o estudo do esperanto poderá oferecer é incalculável. É a opção mais lógica para que não continuemos a sofrer o afogamento no mar da incompreensão linguística, que tanto empata as chances deaperfeiçoamento de todos aqueles que desejam ascender em nossa arte. E essa atitude não renderia riscos aoenxadrista. Muito pelo contrário: seria, antes, um pequeno sacrifício, magistral eu diria, em direção ao xeque-mate na barreira que ainda reina entre jogadores de línguas diferentes.
Leandro Freitas é revisor de textos,
professor de literatura, enxadrista e esperantista,
e, atualmente, mora em São José do Rio Preto, SP.
artigos.txt · Última modificação: 2009/09/24 14:54 por marilenon
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