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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ENTREVISTA 4 - Mequinho Joga Xadrez em Nome de Deus (Jornal Vale Paraibano - 27.08.2000).

Terceiro melhor do mundo nos anos 70 e ídolo nacional, Henrique Mecking diz que é emissário de Deus na Terra
Acredite: houve uma época que o xadrez foi o esporte nacional. Não, não era o futebol ou corridas de fórmula 1 que faziama cabeça do povo.

Se você tem menos de 30 anos pode pensar que isso é uma piada, mas não é.

Para comprovar, basta ir até a casa de número 66 da rua Mato Grosso, no Bairro Jardim dos Estados, em Taubaté, e conversar com seu único morador.

Aliás, esta residência é simples. Não tem jardim, suas paredes são pintadas de tinta creme e não há nenhuma ostentação - um simples vaso de plantas - na varanda. Dentro, ele mantém a mesma sobriedade.

Não há aparelho de TV, videocassete, microondas e nem armário para guardar os mantimentos - empilhados cuidadosamente em um canto da cozinha. Móveis, só o essencial.

A casa passa despercebida no corre-corre da cidade.

Mas nela mora um gênio.

Este gênio é Henrique Costa Mecking, o Mequinho, o maior enxadrista brasileiro de todos os tempos que, em 71, chegou a estar entre os três melhores do mundo, atrás apenas dos russos Anatoli Karpov e Victor Korchoi.

Ele conseguiu a proeza de fazer do xadrez - este jogo de regras complicadas, disputado em um tabuleiro e 32 peças de cada lado, sem torcida e em silêncio - o que Gustavo Kuerten, o Guga, faz hoje do tênis - uma febre nacional.

Naqueles anos, Mequinho esteve ombro a ombro com símbolos do esporte brasileiro, como Émerson Fittipaldi e Édson Arantes do Nascimento, o Pelé.

No entanto, após quase morrer, em 79, por causa das crises agudas provocadas pela miastenia - doença que causa atrofia muscular e faz o portador perder vários movimentos - o enxadrista foi literalmente esquecido.

"Eu estava para morrer. Os médicos me deram duas semanas de vida, tinha a metade do meu peso e não conseguia mastigar", conta. "Jesus me curou", diz.

Hoje, aos 48 anos, Henrique Costa Mecking está de volta e disputa outros desafios. Católico fervoroso, ele se considera um emisário de Deus e quer usar sua arte para divulgar as mensagens sobre o final dos tempos, "que acontecerá até o fim do ano".

REVELAÇÕES


Sistemático, Mequinho - que também é teólogo - dorme apenas cinco horas por noite e acorda às 6h30 da manhã.

O resto do tempo é consumido em preces e estudos.

Após se recuperar da miastenia - controlada com remédios homeopáticos - ele passou a correr quatro quilômetros três vezes por semana e ir à missa todos os dias na Paróquia de Santa Terezinha, onde segue o movimento Renovação Carismática.

Em seu quarto de orações há uma imagem de Nossa Senhora de Medjugorje e uma cruz branca e azul de 73,8 cent´´imetros que, segundo ele, equivale à milésima parte da cruz de Cristo e está cuidadosamente colocada na direção leste-oeste para "afastar o mau".

Místico, o enxadrista ainda garante que recebe revelações e que Deus o usa como instrumento de cura na Terra.

"Já rezei para 30 mil pessoas em um estádio de futebol em Piracicaba. Teve um paralítico que levantou e andou", conta.

Sua principal ambição, entretanto, não é se transformar em santo, ou coisa parecida, mas alertar a todos sobre o armagedon.

Para que consiga atingir o objetivo, ele deseja reconquistar um lugar entre os melhores do mundo e aproveitar a exposição na mídia.

A volta aos torneios aconteceu durante o Match Desafio 2000, contra o campeão brasileiro, Giovanni Vescovi, há duas semanas. Vescovi venceu.

"Foi uma prova de humildade para mim. Acho que este pequeno sofrimento me dará uma recompensa melhor no céu", raciocinou.

O único luxo de Mequinho é um computador, adquirido na semana passada - que ele usa para treinar - e um fusca, com 20 anos de uso.

"Minha vida é maravilhosa, não sou apegado aos bens materiais", diz o enxadrista, que não trabalha.

Para viver, ele administra uma herança da família. O computador veio após receber R$ 3 mil pela participação no desafio contra Vescovi.


PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://xadrezonline.uol.com.br/entrev2.htm

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