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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ENTREVISTA 35 - Professor fala da paixão pelos tabuleiros


Na foto, Willian e Simão Hagen uma simpatia
Crédito: Leda Dias.

O jogo dos reis como é conhecido o xadrez agora é praticado em diversos países. O que para uns é apenas passatempo, para outros é uma atividade esportiva e profissional. É assim com o Willian Idrani, o professor de xadrez que transformou sua paixão em trabalho social. Os resultados já podem ser vistos: no ano passado as equipes masculina e feminina, coordenadas por ele na cidade de Hortolândia, foram destaques em São Paulo. O bom desempenho nos jogos regionais e estaduais se deve ao professor Willian. Com muita dedicação o professor realiza sei trabalho de levar a educação através da prática de xadrez. Foi com o bom humor e muita empolgação que o professor Willian contou à LivrEsportes, sua experiência e a paixão pelo xadrez.

LivrEsportes: Me fale um pouco sobre sua trajetória de enxadristas ou jogador de xadrez?
Willian: Tudo começou na decada de 70, com copa do mundo e rock and roll ( beatles ) e eu fascinado pelo xadrez. Hoje sou um divulgador da arte dos reis. Iniciei jogando e depois parti para ensinar. Hoje me interesso pelos futuros jogadores e enxadristas que possa vir a conhecer e formar. Ser jogador é ser muito técnico e ser enxadrista é ser aquele que conhece o jogo, joga e consegue contagiar outros com essa arte.

A quantos anos você pratica esse jogo?
Sou amante desta arte desde 1967, quando meu pai me presenteou com um jogo e me ensinou a jogar. Passei a querer conhecer mais sobre os jogadores de xadrez. Então ouvi falar e comecei a pesquisar sobre a vida do Henrique Costa Meking, o Mequinho. Em 2005, quando estagiava como árbitro auxiliar, tive a honra de vê-lo jogar. Até ganhei um autógrafo em uma camiseta.

Então esta paixão vem desde a infância?
Como já mencionei, ouvi falar do Mequinho, grande mestre internacional, que aos 13 anos de idade já era campeão brasileiro. Isso me incentivou a fazer uso desta arte. Todos nós nos espelhamos em alguém no passado ou no presente. Para os amantes do futebol temos Pelé, Mané Garrincha, na natação o Gustavo Borges, Senna na Fórmula 1, entre outros. São ícones que fazem nossas meninas dos olhos brilharem.

Como você aprendeu a jogar?
Comecei com meu pai e depois com um amigo aos sete anos. Na curiosidade, pois nesta época não era tão divulgado como hoje. Quem jogava era filhinho de papai.

Teve apoio no início?
Meu maior apoio e incentivador foi meu pai. Ele comprou um jogo de xadrez de madeira, que guardo até hoje, às sete chaves, sem o qual não poderia estudar. Agora, com relação à minha atuação como professor e técnico, o que me incentiva mesmo é minha paixão pelo xadrez, pois o apoio só vem com muita insistência e perseverança.

O que te diferenciou dos outros jogadores para ser técnico. Lembrando que sua equipe já conquistou vários títulos?
Creio que o que me diferenciou dos outros jogadores foi essa paixão que sinto pelo jogo de xadrez. Não me considero somente um jogador, mas sim, como já mencionei, me considero um enxadrista. Outro diferencial foi minha trajetória como professor e técnico, pois iniciei com um projeto em uma escola municipal de Hortolândia que me recebeu de portas abertas para um trabalho que foi muito valorizado pela diretora Olga Florindo e sua vice Marta de Sousa. Quando iniciamos, logo na primeira aula, tivemos a presença de somente 4 alunos; contudo, na segunda semana, contamos com 35 alunos e com o passar do tempo, passei a compor a equipe do esporte da cidade a convite do seu então gerente Bernardo Camargo. Levamos para os regionais de Itapira, uma equipe que conseguiu o 7o. lugar entre as 17 cidades inscritas, uma grande vitória para nós.

Qual foi o título que mais marcou sua vida?
O que marca é sempre o primeiro: o titulo de bronze nos regionais de bragança paulista em 2007. após sete anos conseguimos esta façanha com as alunas de nossa cidade, alunas pratas da casa, Ana Maria, Daniela Benetasso, Joice Livia, Patricia Santiago, Suelem Silva, Thamyres Almeida.

O que você espera para o futuro do xadrez no Brasil?
Espero que um dia seja grade curricular em todas as escolas municipais, estaduais, particulares, faculdades e universidades e até nas empresas como esporte, lazer e social, mas não só no papel como já aconteceu em outras cidades.

Quais as maiores dificuldades da modalidade e de seus competidores? É possível “viver de xadrez” hoje?
É como no futebol, existem apenas uma gama de atletas que se sobressaem. No xadrez exigem-se um pouco mais de estudos, livros, e softwares importados; ter conhecimento de alguns idiomas, pois os melhores livros ainda estão em outras línguas e esses materiais são um pouco caros. Os alunos quase não têm condições de comprar ou se quer de ter acesso a uma internet.

O xadrez É uma atividade profissional ou ainda um hobby?
Para uma pequena gama de jogadores é uma atividade profissional e rentável como jogador e para a maioria é um hobby. Se joga por lazer e prazer, inclusive é aconselhável jogar como exercício da mente contra o mal de Alzheimer, depressão, pois onde trabalhar a mente, só pode ser através de jogos de raciocínio, jogos de tabuleiros, jogos com histórias e conteúdos pedagógicos. Nem só de força física vive o homem. Em cuba os ginastas olímpicos jogam xadrez antes de suas apresentações, para ter domínio e equilíbrio de todas as situações.

Qual a melhor idade para iniciar no xadrez?
Aos 5 anos com dedicação total do educador. certa vez escutei de um mestre que até os 12 anos a criança brinca, após esta idade, aí sim devemos treiná-lo. Nesse brincar, a criança toma gosto e não para mais.

Você vê o xadrez como um jogo de combate ou de arte?
Vejo como uma poderosa arma pedagógica. A partir daí também temos que analisar os talentos, muitos jogam por lazer e por prazer, outros jogam por poder chegar a títulos nacionais, mundiais, ao topo da cadeia enxadristica, pois a meu ver, se analisarmos friamente, temos uma palavrinha mágica, “interdisciplinaridade” onde o alunos aprendem desde história, matemática, língua portuguesa, literatura, música, ópera, teatro, postura, limite e disciplina. O futebol também está usando o xadrez como forma de melhor a assimilação de raciocínios rápidos; tenho alunos que praticam o judô e jogam xadrez. Não encaro como combate e sim como ante estresse, ou até como terapia.

Você participa de campeonatos, como avalia o nível atual das competições?
Atualmente não participo mais de torneios, o ultimo foi em 2003, em Sumaré. O motivo é que, por gostar muito de jogar, me envolvo demais. Daí pergunto: quem irá divulgar a arte dos reis? Prefiro ensinar e divulgar a arte. Porém quando dá uma folguinha, jogo sim, com meus alunos em sala de aula. Faça um teste, aprenda a jogar xadrez e depois me diga se é bom ou não. E é gostoso perder para seu aluno, sinal que ele aprendeu. Isto sim é o êxtase para o professor, missão cumprida.

Diante dos gastos necessários, vale a pena participar de campeonatos?
Apesar de todos os custos, vale a pena sim. Fazem-se novas amizades, amizades antigas são restauradas. Têm alunos que se conheceram em torneios e namoram, alunos que são pais hoje. Existe um intercâmbio entre cidades, entre jogadores, entre profissionais envolvidos nos campeonatos. Só assim conseguimos continuar divulgando o xadrez e trazendo mais adeptos para esse esporte.

Quais conselhos que você dá aos seus alunos como incentivo a essa modalidade esportiva?
Estudem as disciplinas na escola e façam uma interligação com a arte dos reis. Conciliem uma maneira de estudar as disciplinas escolares e estudar xadrez. Não seja apenas um jogador. Seja, antes de qualquer coisa, um amigo. Só assim jogaremos, aprenderemos juntos a sermos pessoas honestas, humildes e bem melhores.

Como é a procura para esse tipo de prática esportiva?
Os alunos chegam tímidos, quietinhos. Após aprender, eles se transformam, largam a timidez, as manias de criança bagunceira, sem disciplina e sem limites e passam a ser amigos. Com o conhecimento passam a ser monitores, agentes multiplicadores. Ensino que não é só vencer e sim aprender com a derrota e com vitória. Assim serão futuros cidadãos respeitados e de e êxito em suas vidas.

» Reportagem: Lenda credita a um vassalo criação do xadrez


REFERÊNCIA:
http://www.livresportes.com.br/entrevista.php?id=1323

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

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