REFERÊNCIA:
https://xadrezfeminino.wordpress.com/tag/entrevista/
DAMA EM XEQUE! ALICE YAHWEH BARUCH
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No primeiro campeonato brasileiro feminino em que participou, em 1975, Alice Baruch ficou em 6º lugar. Desde então vem seguindo sua trajetória como enxadrista carioca, tendo sido campeã estadual e carioca. Neste ano de 2013, foi a campeã do Tijuca Tênis Clube no Rio de Janeiro-SP, clube que representa. Conheça a trajetória desta jogadora carioca
O início do xadrez, creio que se deu, pelo fato de eu ser muito tímida, e uma psicóloga que atendia na Escola Anna Freud/ Cosme Velho – sugeriu que eu praticasse mais de um esporte para me socializar melhor. Na época eu jogava vôlei e o handebol, mas logo percebi que tinha pouca altura para o vôlei e o handebol não me agrava muito. Assim aos 11 anos comecei a jogar xadrez.
De início o meu irmão me deu algumas noções, pois ele jogava há mais tempo, era mais velho e, tinha um grupo de colegas no ensino médio que se reuniam, e jogavam no colégio dele… Eu achava curioso, aquele jogo e elegante tbm… e, nos tínhamos um jogo bem antigo em casa, que conservo até hoje, que era do meu pai Gunther , ai pedi que me ensinasse tbm… No colégio aonde eu fazia a 5 série, haveria jogos escolares, e meu professor educação Física, perguntou se, tinham alunos que jogavam xadrez, para formamos uma equipe… assim comecei a disputar em Torneios…
Logo depois, conheci o prof. Manuel Miguéis de Nova Iguaçu, e ele descobriu de certa forma que eu tinha potencial, e começou a esclarecer mais, sugerir livros. Nos reuníamos no Iguaçu Basquete Club, numa sala bem barulhenta perto da quadra de jogos…aos fins de semana… e ficávamos longas horas ali.
O xadrez era um lugar meio apagado no clube, mas mesmo assim conseguimos nos destacar saindo para disputar torneios, no Interior, e tínhamos uma Equipe coesa e bem forte. Alguns nomes que ficaram mais conhecidos: Wallace Machado, Hermine Benesch, Renato Ramos Pinheiro, Otavio Santos (esse era o melhor), dentre outros lá pelos anos de 1974 em diante…
Comecei a participar de Brasileiros em 1975, quando conheci algumas figuras como Norma Snitkovsky , Eunice Aquino, Helenita Hoffman , Maria Cristina, Ligia Carvalho, Alessandra (SC), Limp, Sadi e muitos jogadores do Rio de Janeiro. Os jogos quase sempre aconteciam na AABB/Lagoa, e aquele cenário era muito bom de se ver. Minhas tias moravam no Leblon, e eu poderia ficar o final de semana lá pelo Rio, por causa da distância de onde morava…
Não tinha treinadores na verdade, treinava sozinha, e quando apareciam os torneios, mas destaco o Manuel Miguez como meu orientador em algumas ocasiões, bem como o Otavio e o Mauro el Chaer, que era estudante de medicina, e tinha talento, mas depois de um tempo passei deles..
Pelo menos fiquei como numero 1 na minha cidade. Classe A. Tinha tempo para jogar, por que nessa época só estudava, mas com a continuação tive que fazer escolhas, e embora tenha sido convidada para ir para Santa Catarina, jogar xadrez pela cidade de Blumenau ou Itajaí. Tive que optar ficar por aqui mesmo. Já havia completado 20 anos e acabara de passar no Vestibular da UNI-Rio optando em ser Enfermeira.
Creio, que o jogo de xadrez, conseguiu fazer com que me soltasse mais.. Fazíamos amigos em outras cidades, e nos comunicávamos por carta, pelo Brasil a fora… Pena não tinhamos Internet…….. rsss… mas mesmo assim tinha o chamado xadrez epistolar, que tbm poderia ser jogado, embora com um certo atraso…
Tive uma infância muito difícil… e o xadrez me proporcionou sair de casa… conhecer pessoas… vislumbrar maiores horizontes, como é de praxe acontecer com o esporte de um modo em geral.
Os torneios mais significativos foram os Brasileiros, e o Campeonato Brasileiro Universitário no Rio de Janeiro , em que sacrei-me Campeã – com a arbitragem de Frederich Salamon, no qual tornamo-nos muito amigos….ele era um grande incentivador.
O jogo de xadrez tem um papal relevante para a formação da juventude de uma maneira geral, proporciona uma visão mais ampla, inclusive para a vida prática. Ajuda-nos a tomar decisões rápidas, e desenvolver o raciocínio, e o intelecto inclusive matemático!
Apoio iniciativas educacionais, em que o coloca como disciplina obrigatória. Por que ensina regras de convivência… e amplia o horizonte dos jovens, tão influenciados pela mídia maledicente, e de má índole.
O xadrez me proporciona ótimos vínculos de amizade… e, espero conseguir jogar ainda por mais algum tempo… mesmo não sendo lá, tão boa jogadora assim!!! ainda estudo até hoje!! e acho que nunca poderia parar, acontece com todo enxadrista, a literatura é vastíssima.