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PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ENTREVISTA 70 - EDVALDO BEZERRA DINIZ

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.jcnet.com.br/noticias.php?codigo=269670&p=


09/12/12 03:00 - Geral

Entrevista da Semana: Edvaldo Bezerra Diniz

Professor e técnico enxadrista, ele fala sobre sua trajetória em Bauru e em sua terra natal

Ana Paula Pessoto
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Neide Carlos
Professor e técnico enxadrista, ele fala sobre sua trajetória em Bauru e em sua terra natal
Foi com o sorriso solto e a simpatia hospitaleira que dá fama aos nordestinos que Edvaldo Bezerra Diniz, mais conhecido como Paraíba, recebeu a equipe do JC em sua casa para falar sobre sua profissão como professor e técnico enxadrista e suas muitas histórias vividas em sua terra natal e em Bauru, sua cidade de coração. 
 
Quando aqui chegou, em 1978, a adaptação foi difícil por questões climáticas e culinárias... “Antes de vir para cá eu não sabia o que era comprar um blusão ou mandar fazer uma camisa de flanela”, lembra com bom humor. 
 
Professor e técnico de xadrez do Bauru Tênis Clube (BTC) desde 1980, o entrevistado de hoje também trabalha na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel) há 26 anos como assistente desportivo e técnico de xadrez. “Trabalho em escolas do município, no Colégio Educare e há três meses comecei um trabalho no Consórcio Intermunicipal de Promoção Social (CIPS)”, acrescenta. 
 
Apaixonado pelo ensinar, o professor acredita que o xadrez ajuda a desenvolver a atenção, concentração, paciência, memória, sensibilidade e a criatividade das crianças, além de ensinar sobre o saber ganhar e perder. 
 
Homem religioso, ele já viajou muito e foi premiado pela profissão. Em Bauru, já recebeu 16 edições do Troféu Ligado como técnico e um como notável do esporte. Confira estas e outras histórias do Paraíba de Bauru, a seguir.     
 
 
Jornal da Cidade - Você nasceu na Paraíba e construiu a sua vida em Bauru. O que o trouxe ao Interior de São Paulo?
Edvaldo Bezerra Diniz (Paraíba) - Eu vim para Bauru em 1978 por causa de uma tia que é enfermeira padrão e que veio trabalhar no Hospital de Base. Eu sempre morei com meus avós e essa tia ajudou a me criar. Bem, ela se formou na Paraíba e veio para São Paulo em busca de melhores salários. Eu admiro muito a coragem da minha tia, uma jovem recém-formada, na época. Cerca de um ano mais tarde eu vim com a minha avó e a minha irmã.  
 
JC - O xadrez veio na bagagem?
Paraíba - Eu aprendi a jogar xadrez na escola onde estudei, em João Pessoa, em 1975. Um professor e alguns colegas de escola me despertaram o interesse pela atividade, mas eu era um principiante e não sabia muito sobre o assunto. Na Paraíba não havia professores de xadrez, foi em Bauru que eu encontrei o primeiro. Aliás, esta ainda é uma profissão nova no Brasil. 
 
JC - E quando você se tornou o “Paraíba de Bauru”?
Paraíba - Logo que eu cheguei eu passei a frequentar o Sesc e o BTC como aluno. Era época de quartel e eu ainda não tinha emprego, uma época difícil que eu superei através das amizades e das pessoas boas que eu conheci. Logo o professor saiu do BTC e eu comecei a dar aulas, isso em janeiro de 1980, onde estou até hoje como professor e técnico de xadrez. Aqui eu sou conhecido como Paraíba, mas fora de Bauru, principalmente no universo do xadrez, eu sou o Paraíba de Bauru (risos).  
 
JC - Considera-se um bauruense?
Paraíba - Com certeza. Eu me apresento como o Paraíba de Bauru porque é assim que eu me sinto. Foi aqui que eu me formei, é onde tenho a minha profissão e foi onde eu me casei há 23 anos e formei a minha família. Bauru me deu tudo de bom. 
 
JC - Por quais caminhos o xadrez já o conduziu?
Paraíba - Olha, eu já conheço 18 estados brasileiros, e também estive fora do País por causa de um mundial realizado em 1988 na Romênia, um país do qual eu gostei muito e senti que eles também gostam do Brasil e se interessam pela nossa cultura. 
 
JC - E por falar em mundial, você participou de muitas competições? 
Paraíba - Algumas, sim. Já participei de oito pan-americanos, todos eles no Brasil, mas o contato com o povo latino-americano foi muito gratificante. Também participei de alguns mundiais, brasileiros...
 
JC - Você já foi premiado com o seu trabalho?
Paraíba - Para mim foi uma honra ter sido campeão em 1978 do Torneiro dos Capivaras,  hoje chamado de Memorial Valzinho. Depois disso eu ganhei duas vezes os Jogos Abertos como técnico, em 1987 e em 2000. Bauru ganhou por 11 anos consecutivos os Jogos Regionais. Eu tenho um bom número de medalhas e troféus, mas a maioria como técnico, e já formei 12 campeões brasileiros. Outra coisa muito importante na minha vida é o Troféu Ligado. Eu ganhei 16 troféus como técnico e um como notável do esporte.    
 
JC - Você também trabalha na Semel, certo?
Paraíba - Sim, há 26 anos como assistente desportivo, mas também faço o trabalho de técnico de xadrez. Trabalho em escolas do município, como a Emef Etelvino Rodrigues Madureira e, devido a uma parceria com a Semel, há três meses eu comecei um trabalho no Consórcio Intermunicipal de Promoção Social (CIPS). Também trabalho no Colégio Educare. 
 
JC - Como o seu trabalho é desenvolvido?
Paraíba - Como técnico eu atuo praticamente na formação de amadores, ou seja, trabalho com jogadores que não seguem a carreira para ser um futuro mestre. Há uma grande diferença entre o técnico de xadrez e o jogador. São trabalhos diferentes. O técnico conhece as técnicas do jogo, tem experiência e prepara o enxadrista corrigindo suas falhas e fazendo um trabalho de incentivo, o que é muito importante. Já o jogador estuda o xadrez e disputa competições. 
 
JC - Qual é a missão do xadrez nas escolas?
Paraíba - Ele ajuda a criança a desenvolver várias habilidades, como atenção, concentração, paciência, memória, sensibilidade, criatividade, visão espacial... E, principalmente, o saber ganhar e perder. Hoje, a gente percebe que há uma briga muito grande entre as pessoas, principalmente no esporte e na religião. E o xadrez prepara para a vida e na vida a gente ganha e perde, aliás, a gente perde muito para poder ganhar. Isso sem contar a parte lúdica que ele (xadrez) representa.  
 
JC - E você consegue passar tais mensagens para as crianças com o xadrez?
Paraíba - Sem dúvida. Todos os anos os professores do Etelvino conversam com a direção e realmente é comprovado que o rendimento escolar melhora muito depois de seis meses de prática do xadrez.  Os que gostam podem continuar e frequentar o BTC, além de participar de campeonatos da Federação Paulista de Xadrez e da Confederação Brasileira de Xadrez.    
 
JC - Voltando à Paraíba, como foi a sua infância e adolescência no Nordeste? 
Paraíba - Eu nasci em Esperança, mas vive lá só até os 6 anos de idade. Depois fui para Alagoa Grande, terra de Jackson do Pandeiro, e dos 13 aos 18 anos eu vivi em João Pessoa. Minha infância foi muito boa, eu brinquei muito. Passava as férias na casa dos meus primos, pessoas que ainda mantenho um bom contato familiar. Eu também li muito. Sem condições de comprar livros, eu ia brincar na casa de um amigo, entrava no quarto dele e ficava lendo. Na hora de ir embora, eu marcava a folhinha onde tinha parado e continuava a leitura no outro dia (risos). Eu também gostava de ver o Zorro na casa dele. Eu conto para meus alunos que eu não tinha geladeira e TV, mas eu li muito e aprendi com a leitura. 
 
JC - Foi difícil a adaptação no Interior de São Paulo?
Paraíba - Foi muito difícil por questões climáticas, culinárias, de amizade... Eu passei frio em Bauru. Antes de vir para cá, eu não sabia o que era comprar um blusão ou mandar fazer uma camisa de flanela. Mas agora eu gosto mais do frio do que do calor (risos). 
 
JC - Fale um pouco sobre o seu hobby, a filatelia. 
Paraíba - Apesar de eu ter trabalhado durante alguns anos no Correios como carteiro interno, no período noturno, esse hobby nasceu quando eu vi um anúncio de um vendedor de selos no jornal, em 1997. Eu me interessei pelo assunto e até hoje coleciono selos com a temática xadrez e Nordeste.  
 
JC - Você é um homem religioso?
Paraíba - Eu sou católico e gosto muito da minha religião e de tudo que se refere a Deus. Leio a Bíblia e livros sobre religião. Acho que a vida fica mais fácil com a fé. Eu também acredito no agradecimento. Em primeiro lugar, eu agradeço a Deus por tudo e também agradeço a todas as pessoas que acreditaram em mim em algum momento e que me ajudaram a vencer na vida, de modo especial agradeço aos meus padrinhos de casamento que sempre estiveram ao meu lado. 

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