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PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

terça-feira, 27 de agosto de 2013

ENTREVISTA 68 - IURI ANIKIEV.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.damasciencias.com.br/entrevistas/entrevista_fco_marcelo.html


 Iuri Anikiev:

Entrevista feita por Laércio Gomes da Silva e Ricardo Ferrero durante os Jogos Abertos de 2002, em Franca, SP

 Nasceu a 11/6/83, na cidade de Karkov, Ucrânia.

 - Você tem um treinador. Como você estuda e se prepara?

 Meu treinador é Boiko, Mestre em 64 casas. Ele fez com que eu adorasse o jogo de damas mostrando-me combinações fantásticas e, nas aberturas, o mínimo de variantes.  Ele diz que o próprio aluno precisa pesquisar, raciocinar por si só e, neste trabalho, escolher as melhores variantes . Ele incentiva os alunos a  ver o tabuleiro globalmente. As aulas são três vezes por semana, com a duração de três horas cada aula. Além disso, passa exercícios, análises, tarefas, pesquisas para fazer como lição de casa.

 - Quem paga esse treinador?
 O treinador recebe salário do Ministério de Esportes para ensinar de 10 a 15 alunos que variam no decorrer do tempo.

 - Quando começou a jogar?

 Comecei a jogar quando tinha seis anos de idade. Eu não era o melhor da turma mas o treinador foi melhorando meu jogo e eu, por mim mesmo, dedicando-me, estudando e participando de eventos e torneios com afinco e intensidade, fui melhorando.
 Fui campeão no Campeonato Mundial de Cadetes, quando tinha 16 anos. Eu era o quarto colocado no Campeonato de Júniors. Coloquei-me em terceiro no Campeonato da Ucrânia. Consegui o vice em Luganski. Em 2002 fui campeão no Campeonato Nacional da Ucrânia, ou seja, fui primeiro Campeão do Mundo e depois campeão Ucraniano.

 - Quais as qualidades que admira nos mestres?
 Admiro especialmente Tchizov devido à sua técnica requintada. A cada lance obtém vantagem sólida sobre o jogo adversário. Aprecio também a criatividade de Tzirik e Blinder.

 - Qual a fase do jogo a que você mais se dedica ?
 Hoje é o meio jogo, depois que estudei intensamente aberturas e finais.Estudo todas as variantes e subvariantes de dada posição em busca da continuação mais sólida, que pode levar-me à vitória.

 - Quanto a Chvartzman?
 Ele é muito bom em 100 casas mas não em 64. mesmo assim, no último campeonato de 100 casas, Gregoriev ganhou dele e o colocou em terceiro lugar.

 - Você joga 64 e 100 casas?
 Eu comecei no tabuleiro de 64 e hoje jogo também no de 100 casas.

 - Quando pretende vencer o Mundial de 64 casas?
 Pretendo estudar as partidas dos mundiais de 64 para ficar mais forte. Quero pesquisar as diferenças entre as regras russas e brasileiras para não cair em armadilhas. Vou estudar o jogo dos futuros oponentes.

 - Qual a importância dos finais?
 Fiz um curso especial, uma preparação profunda, muito importante para aprender a jogar os finais sem cometer erros, tanto de 64 como de 100.

 - O que você está aprendendo com o Marcelo?
 Estou treinando com ele para aprender uma porção de variantes brasileiras. Ele tem boa memória e conhece muitas partidas dos campeonatos jogados.

 - Existe alguma faculdade de jogo de damas em seu país?
 Em Kiev existe uma escola com um departamento de Jogo de Damas e Xadrez.

 - O que significa o Jogo de Damas para você? É a minha vida.

 - Quais suas próximas metas como damista?
 Ser Campeão Mundial Adulto. Depois ser treinador profissional e viver disso mas não como jogador.

 - Que os conselhos daria aos jovens damistas brasileiros?
 Estudar centenas de combinações existentes dentro das partidas jogadas nos principais campeonatos do país e do mundo. Procurar estímulo para estudar damas fora do currículo escolar normal.

 - Recebeu apoio familiar para interessar-se pelo Jogo de Damas?
No começo gostava do Xadrez devido a meu pai ser enxadrista. Eu queria jogar Xadrez para agradá-lo. Mas o treinador Boiko é muito bom e desenvolveu em mim o gosto, o amor, o interesse, a paixão pelo Jogo de Damas.

 - Sua maior alegria no Jogo de Damas?
 Não perder com freqüência.

 - Sua maior tristeza?
No mês passado, na Crimeia, quando joguei o Campeonato Europeu, precisava apenas empatar para ser campeão mas perdi para Beliskoi, da Rússia. Fazia dois anos que eu não perdia e empatar com ele parecia ser muito fácil. Acreditei que poderia jogar com a mão esquerda, que não seria muito difícil ganhar, mas perdi.

 - Que lição tirou desse campeonato?
Que o Jogo de Damas exige extrema concentração, paciência, calma e muita seriedade diante de qualquer adversário. É preciso raciocinar muito em qualquer variante para não errar uma única jogada. Assim se fazem os campeões.

 - O treinador lhe ensinou como se concentrar?
Recomendou leituras e deu algumas dicas de comportamento, mas é você que deve ter profundo auto conhecimento e aprender a concentrar-se, abstraindo-se de tudo para pensar melhor no tabuleiro. Mas os árbitros e os organizadores têm um papel preponderante para que se consiga uma maior concentração quando zelam para que o silêncio reine no ambiente de jogo de forma absoluta .

 - Na Ucrânia joga-se apostado?
 Joga-se mas sem haver um lugar especial para isso.

 - Porque as pessoas de todas as idades e condições devem jogar damas?
 Porque o Jogo de Damas é muito bom para o raciocínio lógico das pessoas. É importante para as pessoas, da criança ao idoso, pensar ordenadamente. Infelizmente, nem todas as pessoas se dedicam ao Jogo de Damas o que seria importante tanto para a vida profissional e familiar de cada um.

 - O que pretende estudar na faculdade?
 Engenharia de Computação e viver do Jogo de Damas, o que infelizmente é muito difícil porque não existe muito profissionalismo. Creio que num futuro bem próximo os mestres poderão viver de Jogo de Damas sem pensar noutra profissão. Melhoraram os prêmios nos Mundiais e outros campeonatos e maior número de países estão participando.

 - O que o Jogo de Damas pode aprender com o Xadrez?
 Precisamos alcançar o Xadrez, que fala a mesma língua no mundo todo, no que se refere á unificação das regras em 64 casas. No tabuleiro de 100 casas essa unificação de regras já foi feita.
Marcelo concentrando-se para iniciar sua partida
 nos Jogos Abertos de 2002
Iuri (à esquerda) dando entrevista para Ricardo Ferrero (ao centro) e Laércio G. da Silva (à direita)
Vitor, Humberto, Marcelo e Iuri
(os dois últimos à direita) formaram a equipe juvenil vencedora dos Jogos Abertos de 2002
 Iuri em ação nos Jogos Abertos de 2002.
 Ao fundo, Ricardo Ferrero observa

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